DUBLIN, 15 Fev (Reuters) - O primeiro ministro irlandês, Enda Kenny, avisou esta quarta-feira os colegas europeus para os riscos da tentação de punir o Reino Unido devido à saída anunciada da União Europeia e apelou para que se chegue a um acordo de transição que permita atenuar as consequências desta ruptura.
A República da Irlanda é apontada como o país economicamente mais exposto às consequências do Brexit, dado que tem no Reino o principal parceiro comercial, pelo que deseja que a relação futura entre Londres e a União seja "o mais estreia possível".
"Seja em Londres, Bruxelas ou noutro lugar qualquer, falar em punição ou evocar o abismo é algo pouco razoável e é prejudicial para toda a Europa", referiu Kenny.
São vários os líderes da UE que pensam que os britânicos não devem ser castigados por causa do Brexit, mas outros temem que um acordo global favorável a Londres venha a inspirar outros países a seguir o exemplo da saída da União.
Kenny também falou acerca de "um período adequado de transição durante o qual poderia ser preparado todo o quadro jurídico do novo relacionamento."
Realçou ainda que será "vital" para o seu país evitar a reintrodução de fronteiras e de controlos aduaneiros entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.
(Reportagem de Conor Humphries; traduzido por Daniel Lourenço em Gdynia; Editado por Sérgio Gonçalves em Lisboa)