LISBOA, 13 Jan (Reuters) - O índice accionista português PSI20 .PSI20 fechou a subir 0,5 pct, apoiado dos ganhos das energéticas e no disparo do Millennium bcp BCP.LS , em sintonia com os pares europeus e norte-americanos, enquanto os juros soberanos aguardam um relatório da Moody's, disseram dealers.
* O Millennium bcp - maior banco privado português - fechou a subir 5,72 pct, após ter chegado a disparar 6,57 pct, num movimento de recuperação técnica, uma vez que foi bastante castigado por um aumento de capital diluitivo, e com os investidores agradados com a perspectiva de que banco atingirá um 'return on equity' (ROE) de 10 pct em 2018.
* "Depois de vários dias de queda, há uma recuperação técnica óbvia e ontem o Millennium bcp anunciou um target de ROE de 10 pct em 2018 e a DBRS prevê lucros já em 2017. Tudo isto ajuda à recuperação", disse Paulo Rosa, trader da Go Bulling, no Porto. "Além disso, o banco já perdeu bastante em capitalização bolsista", acrescentou.
* Ontem, o BCP actualizou o 'guidance' à luz do aumento de capital de 1.332 milhões de euros (ME), prevendo um 'return on equity' (ROE) de cerca de 10 pct em 2018, sinalizando regresso à distribuição de dividendos com um 'pay out ratio' igual ou superior a 40 pct. Nota positiva também para a EDP (SA:ENBR3) Renováveis EDPR.LS que subiu 0,89 pct, enquanto a casa-mãe, EDP EDP.LS , ganhou uns mais ligeiros 0,25 pct e a Galp Energia GALP.LS avançou 1,47 pct, beneficiando da subida de preço-alvo pelo JP Morgan para 15 euros por acção, de 13,5 euros antes.
* Pharol PHRA.LS , Sonae YSO.LS e Semapa SEM.LS também sobressaíram, com subidas de 1,77 pct, 1,08 pct e 1,27 pct, respectivamente.
* Do lado das quedas, a Mota-Engil MOTA.LS perdeu 1,57 pct, os CTT CTT.LS desceram 0,38 pct e a Jerónimo Martins JMT.LS recuou 1,28 pct, após ter apresentado um robusto crescimento das vendas em 2016, mas que já estava descontado no preço da acção.
Esta retalhista anunciou ontem que as vendas tiveram uma subida homóloga, superior ao previsto, de 6,5 pct em 2016, para 14.621 ME, apoiadas no robusto crescimento da Biedronka. Na Europa, as principais bolsas fecharam com ganhos de até 1,87 pct em Milão e o índice Stoxx 600 .STOXX encerrou a ganhar 0,9 pct, com todos os sectores em alta, destacando-se as subidas mais fortes da banca .SX7P e das farmacêuticas .SXDP .
Estas últimas foram penalizadas, nos últimos dois dias, pelas palavras do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que quer preços de medicamentos mais competitivos.
* Nos EUA, o Dow Jones .DJI sobe 0,1 pct, o Nasdaq .IXIC avança 0,6 pct e o S&P 500 .SPX soma 0,25 pct, beneficiando dos fortes resultados apresentados pelos bancos JP Morgan e Bank of America, mas também das subidas nas vendas a retalho e preços no produtor que voltaram a trazer o espectro da inflação.
* Os preços do petróleo caem mais de 1 pct, com o Brent LCOc1 nos 55,48 dólares e o Crude CLc1 em 52,39 dólares, perante dúvidas quanto à aplicabilidade dos cortes de produção por todos os membros da OPEP, mas, sobretudo, com a fraqueza da economia chinesa, que anunciou uma queda das exportações de 7,7 pct no ano passado, a maior desde a crise global de 2009. No mercado de dívida, a yield dos 'bonds' portugueses a 10 anos segue estável em 3,92 pct, com os investidores de olhos postos no relatório de revisão de rating que a Moody's deverá publicar ao final da tarde.
Na última avaliação à dívida nacional, feita em Setembro, o nível atribuído a Portugal foi "Ba1", um nível de 'lixo' ou de grau especulativo, mas o 'outlook' é estável.
(Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)