* No exterior, moeda dos EUA cede ante outras divisas
* Entrevista de Trump não traz novidades
Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 11 Jan (Reuters) - O dólar fechou a quarta-feira em queda, indo à casa de 3,19 reais e no menor preço em dois meses, sintonizado com o comportamento da moeda norte-americana no exterior, com investidores mais aliviados depois de a entrevista do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não surpreender.
O dólar BRBY recuou 0,22 por cento, a 3,1916 reais na venda, após bater mais de 1 por cento de alta e ir 3,2308 reais na máxima do dia. Foi novamente o menor nível de fechamento desde 8 de novembro passado.
O dólar futuro DOLc1 tinha queda de cerca de 0,10 por cento no final desta tarde.
"O mercado tinha expectativa, mas não sabia de fato o que ele ia falar e, na dúvida, comprou. Mas depois da entrevista, nada justificava manter a posição", comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora nacional.
Entre outras coisas, Trump disse que agências de inteligência dos EUA podem ter vazado um dossiê com o que ele chamou de "notícias falsas" sobre como a Rússia tentou influenciar suas ações, e afirmou que as alegações são mentirosas. Também criticou o programa de saúde do presidente Barack Obama, conhecido como Obamacare. modo geral, os agentes econômicos temem que Trump, que assume o comando da maior economia do mundo no próximo dia 20, adote uma política econômica inflacionária e que obrigue o Federal Reserve, banco central norte-americano, a elevar ainda mais os juros nos Estados Unidos. Nesse cenário, haveria atração de recursos aplicados atualmente em outros países, como o Brasil, gerando pressão no dólar.
"Trump foi muito vago na sua entrevista. O mercado achou positivo ele não falar nada pesado, nada alarmante, mas acho preocupante justamente não sabermos nada", destacou o economista-chefe da gestora Infinity Asset, Jason Vieira.
No exterior, o dólar passou a cair ante uma cesta de moedas .DXY e ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano ZAR= .
O Banco Central brasileiro continuou sem atuar no mercado de câmbio desde o dia 13 de dezembro.
(Edição de Camila Moreira e Patrícia Duarte)