LISBOA, 13 Dez (Reuters) - O PSI20 .PSI20 fechou a cair 0,27 pct, num alinhado aos pares europeus, penalizado pela Jerónimo Martins, Galp e pelo tombo de 8 pct da 'holding' Pharol, cuja participada brasileira Oi OIBR.LSA apresentou um plano de recuperação judicial mais penalizador dos accionitas que os anteriores.
Os investidores aguardam com expectativa a decisão de política monetária da Reserva Federal dos EUA, que deverá subir as taxas pela terceira vez este ano.
"Os investidores estarão hoje atentos para tentar perceber se há risco de 'overshoot', se incorremos há risco de sobreaquecimento da economie que obrigue a FED a subir mais vezes", disse João Lampreia, analista do BiG-Banco de Investimento Global.
"O 'equity' tende, historicamente, a chegar a um pico três meses após o fim do ciclo de aperto monetário, portanto projecta-se talvez que tal aconteça em 2019".
* O benchmark português fechou nos 5.383,7 pontos. O europeu Stoxx 600 .STOXX recuou 0,24 pct.
"Assistimos a um crescimento global sincronizado, com tudo a afinar pelo mesmo diapasão, que não acontecia desde a crise do Lehamn Brothers. Tal poderá trazer um cenário de rápido regresso de inflação e gerar potencialmente desiquilíbrios de política monetária", acrescentou João Lampreia.
"O melhor cenário seria, com o plano fiscal dos EUA, a curva de 'yield' dos EUA inclinar um pouco, mas sem grande dramatismo e sem levar a FED a grande actuação".
* A Jerónimo Martins JMT.LS deslizou 1,1 pct para 16,175 euros, a petrolíferal Galp GALP.LS caiu 0,88 pct para 15,73 euros e a telecom NOS NOS.LS perdeu 1,06 pct para 5,576 euros.
* A 'holding' Pharol PHRA.LS , maior accionista da telecom brasileira Oi OIBR4.SA , afudou 8 pct para 0,287 euros, após a telecom brasileira Oi OIBR4.SA , onde é a maior accionista, ter apresentado um novo plano de recuperação judicial.
"Provavelmente, a queda tem a ver com o novo plano. Atribuo a descida a essa notícia. Os contornos do plano são mais favoráveis para os 'bond holders'. Se isto vai passar ou não, é outro tema", disse Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos. A REN-Redes Energéticas de Portugal RENE.LS recuou 1,3 pct para 2,43 euros.
A Morgan Stanley cortou o preço-alvo da REN para 2,7 euros, de 3,02 euros, revendo em baixa as estimativas de resultados futuros ao incorporar um quadro regulatório de remuneração menos favorável, o aumento dos impostos sobre as grandes empresas e o prolongamento da CESE-Contribuição Extraordinária sobre o Sector Energético.
"O nosso preço-alvo, que já tinha sido ajustado para refletir o aumento de capital, é ainda mais reduzido devido a esta expectativa de menores ganhos", disseram os analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS). As acções da EDP-Energias de Portugal EDP.LS perderam 0,37 pct para 2,93 euros. O HSBC (LON:HSBA) cortou o preço-alvo da empresa para 3,2 euros por acção, de 3,4 euros.
* Do lado dos ganhos, o conglomerado Sonae YSO.LS valorizou 3,63 pct para 1,14 euros.
"O que ajuda a Sonae é que é o título adequado para o enquadramento actual: a economia portuguesa forte, com consumo robusto. Se há título que pode beneficiar do actual ambiente macro é a Sonae", disse Albino Oliveira, da Patris.
A Navigator NVGR.LS somou 1,41 pct para 4,319 euros.
(Por Daniel Alvarenga)