LISBOA, 12 Jun (Reuters) - Os mercados europeus negoceiam de forma contida e o índice PSI20 .PSI20 cai 0,6 pct, em linha com o fecho de Wall Street, depois do Presidente dos EUA, Donald Trump, voltar a focar-se no seu conflito comercial com a China, enquanto os investidores aguardam pelos dados da inflação do país, segundo traders.
"O mercado americano ontem interrompeu uma série de seis dias de ganhos, com o presidente Donald Trump a mostrar que continua empenhado em que a China aceite a maior parte dos pontos do seu plano comercial e ao dizer que há muitas moedas sub-valorizadas face ao dólar, como o euro", disse Carla Maia, trader da XTB.
Hoje, nos EUA, serão divulgados os dados da inflação e os investidores estarão atentos a um possível cenário de inflação baixa, que poderá levar a Fed a cortar taxas de juro.
"A baixa inflação tem sido a causa apontada para a Fed poder avançar com cortes nas taxas de juro. Se o IPC sair abaixo do esperado, as bolsas poderão voltar a reagir em alta com a probabilidade a aumentar de a Fed cortar as taxas de juro", acrescentou a trader.
* O STOXX 600 .STOXX , que segue as 600 maiores cotadas da região, recua 0,44 pct. O Eurofirst 300 .FTEU3 desce 0,44 pct, enquanto o STOXX 50 .STOXX50 , que segue um conjunto mais restrito de 'blue chip', cai 0,47 pct.
LISBOA CAI
* O português PSI20 segue nos 5.177,9 pontos.
* Apesar da queda geral da bolsa de Lisboa, a Jerónimo Martins JMT.LS ganha 0,75 pct para 14,69 euros.
A Berenberg iniciou a cobertura da Jerónimo Martins com uma recomendação de "buy" e vê a empresa como uma "vencedora estrutural", afirmando que é idêntica ao Lidl, "mas melhor".
A corretora aponta que a Jerónimo Martins está a entrar num período de ventos contrários e a acelerar os negócios na Polónia.
Além disso, vê potencial para inflexão da rentabilidade e expansão de valor agregado noutros mercados para a empresa portuguesa. JM encontra resistência nos 14,60 euros, último máximo relativo, atingido em Abril quando a Polónia viu viabilizada a possibilidade de aumentar impostos no sector do retalho, levando a cotação da JM a reagir em baixa", adiantou Carla Maia.
* O Millennium bcp BCP.LS perde 1,64 pct para 0,26 euros.
* As acções da EDP-Energias de Portugal EDP.LS perdem 0,23 pct para 3,44 euros e a EDP Renováveis EDPR.LS desvaloriza 0,33 pct para 9,07 euros. A REN-Redes Energéticas de Portugal RENE.LS recua 0,2 pct para 2,48 euros.
* A petrolífera Galp Energia GALP.LS perde 2,1 pct para 13,51 euros e o preço dos futuros do petróleo Brent LCOc1 perdem 2,25 pct para 60,89 euros por barril.
* Os títulos do conglomerado Sonae YSO.LS contraem 0,06 pct para 0,91 euros e a Sonae Capital SONAC.LS perdem 0,26 pct para 0,78 euros.
* As acções da telecom NOS seguem estáveis nos 5,81 euros e o operador postal CTT CTT.LS perde 0,26 pct para 2,30 euros.
* A 'holding' Pharol PHRA.LS , maior accionista da telecom brasileira Oi OIBR4.SA , sobe 0,52 pct para 0,16 euros e a Corticeira Amorim CORA.LS cai 1,38 pct para 10,02 euros. A construtora Mota Engil MOTA.LS desvaloriza 1,18 pct para 1,93 euros.
* As acções da Altri ALSS.LS caem 0,49 pct para 6,07 euros e a Navigator NVGR.LS cai 0,91 pct para 3,27 euros. A Semapa SEM.LS , que controla a Navigator e é dona da cimenteira Secil, recua 0,48 pct para 12,46 euros.
FOREX
* No mercado cambial, o euro EUR= aprecia 0,03 pct para 1,133 dólares. O índice do dólar .DXY , que compara a moeda norte-americana contra um cabaz das seis principais moedas mundiais, recua 0,09 pct para 96,60 pontos. A libra aprecia 0,13 pct para 1,274 dólares.
Face ao iéne japonês JPY= , o dólar desce 0,27 pct para 108,21 iénes. O yuan chinês CNY= segue nos 6,920 yuan por dólar, a apreciar. Ontem,no fecho europeu, fixou nos 6,911 yuan por cada dólar.
O real brasileiro BRL= perde 0,02 pct para 3,856 reais por cada dólar.
O 'fixing' do Kwanza AOA= face à moeda dos Estados Unidos AOA= está nos 337,28 kwanzas por dólar, sobe 0,337 kwanzas face ao 'fixing' anterior.
OBRIGAÇÕES PORTUGAL
A 'yield' das obrigações do tesouro de Portugal a 10 anos PT10YT=TWEB segue a negociar nos 0,66 pct, contra 0,64 pct no último fecho.
Nas maturidades mais curtas, a cinco PT5YT=TWEB e dois anos PT2YT=TWEB , as 'yields' que reflectem o prémio de risco soberano de Portugal seguem, respectivamente, nos -0,06 e -0,30 pct.
A 'yield' do 'Bund' alemão está nos -0,24 pct, face a -0,23 pct e a dos US Treasuries está em 2,12 pct, de 2,14 pct no último fecho.
Segundo dados da Starmine PTGV1YDP=SM , a probabilidade de 'default' de Portugal nos próximos 12 meses segue nos 2,63 pct, contra 3,5 pct em Dezembro de 2016 e em comparação, por exemplo, com a probabilidade de 0,15 pct da Alemanha DEGV1YDP=SM .
(Por Gonçalo Almeida)