LISBOA, 9 Dez (Reuters) - Os ganhos da NOS, EDP (SA:ENBR3) e Jerónimo Martins levaram o índice português PSI20 .PSI20 a inverter das quedas da manhã para fechar a subir 0,24 pct, em sintonia com a maioria das praças europeias, enquanto os juros soberanos voltaram a agravar.
* O índice pan-europeu STOXX 600 .STOXX fechou a ganhar 0,97 pct, junto a máximos de 11 meses, apoiado nas valorizações das empresas farmacêuticas, retalhistas e utilities.
* Em sentido contrário esteve a banca europeia, alvo de tomada de lucros após o fecho fulgurante da sessão de ontem, a que se somou o 'Não' do Banco Central Europeu ao pedido do Monte dei Paschi BMPS.MI para que lhe fosse dado mais tempo para o seu processo de recapitalização.
* Este banco italiano afundou 10,5 pct. O índice italiano de banca .FTIT8300 caiu 2,25 pct e o europeu .SX7P 0,7 pct.
* Em Lisboa, o PSI20 subiu 0,24 pct, 'puxado' pelo disparo de 2,88 pct da NOS NOS.LS e pelas subidas de 0,71 pct da EDP EDP.LS , de 0,99 pct da Jerónimo Martins JMT.LS e de 1,84 pct da Sonae YSO.LS .
* Do lado das quedas, nota para a descida de 1,67 pct dos CTT CTT.LS , de 3,45 pct da Pharol PHRA.LS , de 1,48 pct da Navigator NVGR.LS e de 3,06 pct do BCP BCP.LS , a corrigir do disparo superior a 7 pct no fecho de ontem, arrastado ainda pelas quedas dos pares europeus.
* A Galp GALP.LS desceu 0,22 pct, em contraciclo com a subida de 0,54 pct do barril de Brent LCOc1 em 54,17 dólares, com o mercado a preparar-se para a reunião entre os responsáveis da OPEP e os países que não são membros do cartel este sábado em Viena, para um eventual acordo para um corte de produção entre as duas partes.
* No mercado de dívida, a 'yield' das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos subiu 5 pontos para 3,87 pct, após ter chegado a tocar nos 3,9 pct, em linha com a equivalente irlandesa, enquanto os juros das pares espanhola e a italiana recuaram.
* O Banco de Portugal garante que as compras de obrigações nacionais vão ocorrer até ao fim do programa do Banco Central Europeu, numa altura em que alguns investidores expressam preocupação que Portugal e Irlanda sejam penalizados por uma escassez de 'bonds' elegíveis. "A decisão de ontem do Governing Council não altera a forma de atuação do Banco de Portugal relativamente à implementação do programa de compras de dívida", disse o Banco de Portugal, em declarações escritas enviadas à Reuters.
"Tal como anteriormente, o Banco de Portugal irá atuar de forma a garantir que as compras de dívida pública portuguesa irão ocorrer até ao final da data prevista para o programa, cumprindo os parâmetros vigentes", vincou.
* O Banco Central Europeu anunciou ontem que vai manter a compra de ativos ao ritmo de 80.000 milhões de euros por mês até ao final de Março de 2017, mas a partir de Abril reduzirá o valor para 60.000 milhões de euros mensais até ao final do ano.
* Mário Draghi realçou que esta redução não quer dizer que o banco central esteja a pensar em iniciar uma retirada das medidas de estímulo para a economia, frisando que há novas regras que alargam o tipo de obrigações que o banco pode comprar.
(Por Patrícia Vicente Rua)