PORTO, 21 Set (Reuters) - A Assembleia Geral (AG) do BPI BBPI.LS deliberou o fim do limite aos direitos de voto, abrindo a porta ao sucesso do 'bid' do espanhol Caixabank CABK.MC , com a angolana Isabel dos Santos a enterrar o 'machado de guerra' e a abster-se, segundo accionistas.
Ontem, à noite o 'board' do BPI propôs vender 2 pct do rentável Banco de Fomento Angola (BFA) à telecom angolana Unitel, que passaria a controlar 51 pct do BFA, mas em troca de Isabel dos Santos tem de viabilizar o fim do limite de votos no banco português, que era condição 'sine qua non' do 'bid'.
"A desblindagem dos Estatutos foi finalmente aprovada. A OPA do Caixabank já tem as condições para avançar e ser concluída", disse um accionista à saída da AG.
Outro accionista referiu que "foram votadas as duas propostas de desblindagem - a da Administração e a da família Violas - e ambas foram aprovadas".
"A empresária Isabel dos Santos absteve-se nas duas votações", acrescentou.
A holding Violas Ferreira Financial (VFF) - o maior accionista português com 2,7 pct do BPI - interpôs duas providências cautelares nos tribunais, que levaram à suspensão as duas anteriores AGs para 'desblindar' os Estatutos, respectivamente, a de 24 de Agosto e a de 21 de Setembro.
A holding VFF tinha estado contra o fim do limite máximo de 20 pct dos votos, que foi proposto pelo 'board' do BPI e é uma condição de sucesso do 'bid' do Caixabank, que tem vindo a reforçar a sua posição de maior accionista do banco português para perto de 45 pct.
Mas, Tiago Violas Ferreira, líder da holding familiar VFF, apesar de achar que os 1,113 euros por acção oferecidos pelos espanhóis é um preço baixo, no fim de semana passado disse que "é inevitável" a Oferta Pública de Aquisição (OPA) avançar pois esgotou a força para se opôr à OPA e quer um entendimento. negociação das acções do BPI foi suspensa pelo regulador CMVM antes da abertura da sessão. Ontem tinham fechado nos 1,091 euros. (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Shrikesh Laxmidas)