Por Goncalo Almeida
LISBOA, 30 Mai (Reuters) - A agência de crédito DBRS aplaudiu os esforços que Portugal fez na estabilidade financeira, com o sector bancário em melhor condição, com melhoria dos rácios de capital e redução do malparado, vaticinando que os riscos estão contidos.
"O DBRS vê de forma favorável o progresso que Portugal tem feito no 'ataque' a duas áreas críticas que podem ameaçar a estabilidade financeira", pode ler-se numa nota divulgada pela agência.
Acrescentou que "primeiro, os altos níveis das dívidas empresariais e dos 'non-perfomrming loans' tem caído gradualmente e (...) em segundo lugar, o sector bancário em Portugal está agora numa posição financeira melhor".
Segundo a agência, a chave para atingir a estabilidade financeira passa pelo progresso do sector bancário em Portugal.
Realçou que os bancos portugueses regressaram aos lucros, "excluindo o Novo Banco", suportados pela melhoria da 'performance' doméstica.
Portugal está a passar pela sua fase de crescimento mais forte desde o início do século, tendo o Produto Interno Bruto (PIB) crescido 2,7 pct em 2017, acima dos 2,6 pct previstos pelo Governo e contra 1,5 pct em 2016.
Apesar disso, no primeiro trimestre deste ano o PIB desacelerou o ritmo de crescimento em cadeia para 0,4 pct no primeiro trimestre de 2018 contra 0,7 pct três meses antes, penalizado pela estagnação das exportações, apesar do crescimento do consumo privado e do investimento, segundo o INE.
No Programa de Estabilidade, o Governo estima que a economia portuguesa cresça 2,3 pct tanto em 2018 como em 2019 e em 2020, projectando crescimentos de 2,2 pct em 2021 e 2,2 pct em 2022.
A agência DBRS disse que "outros potenciais riscos contra a estabilidade financeira mantêm-se contidos".
Considera ainda positivas as medidas "macro prudenciais" do Banco de Portugal, como "recomendar limites para os rácios de 'loan-to-value', para os rácios da dívida 'service-to-income', e para a maturidade original dos empréstimos hipotecários, como resposta ao fortalecimento dos créditos para a habitação, crescimento no crédito ao consumo e aceleração dos preços das casas nos últimos anos".
"Do ponto de vista da DBRS, os esforços de Portugal para eliminar os riscos para a estabilidade financeira estão a resultar", concluiu. (Por Gonçalo Almeida Editado por Sérgio Gonçalves)