FRANKFURT, 28 Set (Reuters) - O Governo alemão negou nesta quarta-feira que esteja a trabalhar num resgate do Deutsche Bank DBKGn.DE , uma vez que o maior banco da Alemanha reforçou as suas finanças com a venda de seguradora no Reino Unido.
O Deutsche Bank enfrenta uma multa de 14.000 milhões de dólares imposta pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e preocupações sobre seus activos pressionaram as acções para um mínimo recorde na terça-feira.
O Ministério das Finanças da Alemanha negou uma notícia publicada pelo semanário Die Zeit que afirma que o Governo alemão e as autoridades financeiras estavam a trabalhar em possíveis medidas para permitir que o Deutsche Bank venda ativos para outros bancos, o que reforçaria as finanças do banco.
A publicação afirmou que o Governo alemão poderia assumir uma participação direta de 25 pct no Deutsche Bank em caso de emergência. O jornal não citou fontes.
Segundo o Die Zeit, o Governo ainda espera que o Deutsche Bank não precise de apoio estatal e até agora estão apenas a ser discutidos cenários para um possível resgate.
"Esta reportagem está errada. O governo alemão não está a preparar um plano de resgate, não há razão para se especular sobre isso", disse o ministério em comunicado.
Duas fontes da Reuters próximas do assunto afirmaram que a autoridade financeira da Alemanha, Bafin, não está a trabalhar num plano de emergência.
As acções do Deutsche Bank, que perderam cerca de metade do valor neste ano, sobem 3 pct.
Um porta-voz do Deutsche Bank também negou a publicação do Die Zeit e referiu-se a uma entrevista nesta quarta-feira do presidente-executivo do banco, John Cryan, ao diário alemão Bild.
"Em nenhum momento eu pedi apoio à chanceler. Nem sugeri qualquer coisa como isso", disse Cryan ao Bild, em resposta a uma reportagem que afirma que o executivo pediu a Angela Merkel ajuda sobre a multa de 14.000 milhões de dólares imposta pelos EUA contra o banco para resolver acusações relacionadas com a venda de títulos garantidos por hipotecas. (Por Arno Schuetze; Traduzido por Daniel Alvarenga; Editado em português por Sérgio Gonçalves)