LUANDA, 6 Jun (Reuters) - Angola vai fazer mudanças no funcionamento da sua indústria de diamantes, a fim de atrair mais investimentos, aumentar a produção e garantir maior receita do governo, disse o presidente João Lourenço durante a sua visita a Antuérpia, na Bélgica.
O segundo maior produtor de petróleo da África está a tentar abrir e diversificar a sua economia depois de sofrer uma desaceleração dramática devido aos preços mais baixos do petróleo.
"Reconhecemos que as políticas para este sector, estabelecidas por nós, não servem melhor os interesses do país nem dos produtores", disse Lourenço sobre a indústria de diamantes no discurso divulgado hoje pelo jornal angolano O Pais.
Angola é o quinto maior produtor de diamantes do mundo, contudo as mineiras há muito que se queixam de que são forçadas a vender as suas pedras abaixo dos preços internacionais a intermediários com conexões políticas, penalizando os lucros.
Grande parte do país continua sub-explorado devido a 27 anos da guerra civil e a um ambiente de negócios fechado e difícil desde o fim dos combates, em 2002.
"Em breve vamos anunciar o novo marco para a indústria de diamantes e acreditamos que com isto as grandes mineiras de diamantes vão voltar a Angola", disse Lourenço.
Ele não deu detalhes sobre as mudanças ou quando as mesmas vão ser implementadas.
Actualmente, a Alrosa ALRS.MM da Rússia é a única grande mineira de diamantes que produz em Angola.
O presidente, que assumiu o poder em Setembro passado após 38 anos do governo do seu antecessor, José Eduardo dos Santos, disse querer aumentar o fluxo de diamantes angolanos para Antuérpia, um centro comercial global também conhecido pela maior transparência.
Actualmente, Angola exporta 70 pct os seus diamantes para os Emirados Árabes Unidos.
Texto integral em inglês: por Stephen Eisenhammer; Traduzido por Nadiia Karpina, Gdynia Newsroom; Editado em português por Sérgio Gonçalves em Lisboa)