Os controlos fronteiriços à importação de produtos alimentares e agrícolas para Inglaterra, Escócia e País de Gales vão ser introduzidos gradualmente, em duas fasaes, a começar em janeiro e junho do próximo ano. Estas medidas, decorrentes do Brexit, deveriam ser implementadas agora, mas o governo britânico decidiu adiar, devido aos efeitos da pandemia de Covid-19 e às pressões que isso está a criar nas cadeias de abastecimento.
O ministro de Estado, David Frost, diz que a pandemia está a ter um impacto nos negócios, tanto no Reino Unido como na União europeia, mais duradouro do que era esperado em março. Há pressões na cadeia de abastecimento que estão a ser geradas por uma série de fatores, como a pandemia ou o aumento dos custos do transporte de carga. Essas pressões, diz o ministro, fazem-se sentir, sobretudo, no setor agroalimentar.
Este adiamento surge numa altura em que o Reino Unido se debate com uma penúria de produtos importados não vista desde há muito anos, com cenários de prateleiras vazias a repetir-se em várias lojas e supermercados. Alguns restaurantes deixaram de servir certos produtos por falta de ingredientes.
O período de transição pós-Brexit terminou em janeiro. Depois de um primeiro adiamento, foi decidido que os controlos alfandegários dos produtos agrícolas iriam começar a um de outubro, mas a atual conjuntura levou a que a medida fosse de novo adiada.