O coronavírus está a começar a afetar a Europa para além da saúde. Depois de a diretora do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, ter avisado que o crescimento mundial pode descer até 0,2 pontos percentuais para 3,1%, agora é Bruxelas que está alerta, mas vai dizendo que ainda é cedo para apresentar as contas.
Os ministros das Finanças da zona euro estiveram reunidos esta segunda-feira, em Bruxelas. Em declarações à comunicação social, o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, afirmou esperar que o vírus tenha "um efeito temporário" na zona euro, afirmando ainda que "devemos estar preocupados, mas também temos de considerar as perspetivas de crescimento a longo prazo da zona euro, que neste momento parecem boas".
As repercussões económicas do novo coronavírus, contrabalançadas com melhorias no emprego permitem ao executivo comunitário manter a estimativa de crescimento em 1,2% na zona euro, até 2021, depois de sucessivas revisões em baixa.
"Somos prudentes nas nossas estimativas, porque ainda precisamos de ver como é que esta doença vai evoluir. Temos de ver se o impacto vai ser limitado para o PIB da China, - o que terá um impacto muito limitado para a Europa - ou se será maior. Portanto, é muito cedo", disse o ministro italiano das Finanças, Roberto Gualtieri.
A prudência dos ministros das Finanças é sustentada pelo Bundesbank. No mesmo dia da reunião, o Banco Central Alemão apresentou o seu relatório mensal, alertando para os riscos que o novo coronavírus veio apresentar à economia alemã.