Investing.com – Com avanços e recuos ao longo da jornada, a bolsa de Lisboa acabou por corrigir as perdas registadas logo após o início da sessão desta quinta-feira. Em linha com as congéneres europeias, o PSI 20 fechou a ganhar 0,77% para os 5.765,74 pontos, com 11 cotadas em alta e nove em baixa.
Os mercados europeus beneficiam das declarações feitas pelo Presidente do Banco Central Europeu, que tranquilizou os investidores quanto a possíveis mudanças nos próximos tempos. Mario Draghi anunciou a manutenção da taxa de juro de referência da zona euro nos 0,5%, um mínimo histórico. Será assim durante “um longo período de tempo”, reforçou Draghi, dizendo também que a decisão se baseia em “avaliações da evolução da inflação” e da dinâmica económica e monetária.
Por Lisboa, o setor da banca absorveu bem as notícias que dominaram a jornada com o BES e BCP a avançarem 3,42% e 1,06% para cotarem nos 0,755 euros e 0,095 euros respetivamente. Os títulos do BPI subiram 2,45% para os 1,004 euros por ação. Só o Banif fechou em terreno negativo, nos 0,013 euros, a cair 7,14%, depois de ontem tombar 70%.
Em grande destaque na praça lisboeta esteve a Galp. Os títulos da petrolífera foram os que mais impulsionaram o PSI 20 ao valorizar 2,5% para os 12,3 euros.
A EDP Renováveis ganhou 0,78% para os 3,885 euros em contra ciclo com a queda registada na casa mãe. A EDP cedeu 0,07% para os 2,668 euros por ação.
No setor das telecomunicações a jornada terminou no “vermelho” para os papéis da Zon Multimédia. Esta manhã a cotada beneficiava com a notícia de que a Autoridade da Concorrência deu luz verde à operação de fusão com a Optimus, detida pela Sonaecom. No entanto, acabou por ceder 0,11% para os 4,395 euros por ação em linha com a queda de 0,22% para os 1,778 euros da Sonaecom. Os títulos da Portugal Telecom avançaram 1,71% para os 2,92 euros.
A Jerónimo Martins, que ao início da sessão castigava o mercado nacional, chegou a corrigir mas voltou a regredir 1,99% para os 14,555 euros por ação. A dona dos supermercados Pingo Doce continua a ser penalizada pelos resultados abaixo das expectativas dos analistas. Também o peso pesado Mota-Engil caiu 0,36% para os 2,73 euros por ação.
O velho continente foi dominado por uma “maré verde” que contagiou as praças europeias de referência. O índice Eurostoxx 50 caminha para a última sessão da semana a avançar 1,43% para os 2.807,68 pontos.
As bolsas refletem o anuncio, feito ontem, pela Reserva Federal dos Estados Unidos, de que vai persistir o ritmo de compra de ativos por mais tempo, acalmado a incerteza dos investidores quanto ao fim gradual do “quantitative easing” já no final do ano. As boas notícias vindas da China também tiveram um impacto positivo. O índice avançado de gestores de compras (PMI) apontou para uma pequena expansão da atividade industrial em julho.
O MIB italiano liderou os ganhos na Europa com uma subida de 2,04%. O DAX alemão avançou 1,63% e o CAC francês 1,25%.
O IBEX madrileno avançou 1,27%. Hoje o Tesouro espanhol colocou 3,218 milhões de euros em dívida a três e cinco anos, com juros inferiores aos exigidos nos leilões anteriores de julho. O montante superou o valor previsto de 3 mil milhões de euros.
O FTSE londrino terminou com uma alta de 0,92%.
Do lado de lá do Atlântico, Wall Street beneficiou não só da promessa de manutenção de estímulos por parte da Fed, mas também com a descida do número dos pedidos de subsídio de desemprego. Na semana que terminou a 27 de julho, registou-se uma queda nos pedidos iniciais de subsídio de desemprego desceram em 19 mil para 326 mil, de acordo com o Departamento do trabalho norte-americano. Trata-se do nível mais baixo desde janeiro de 2008. Esta queda superou as estimativas dos analistas, que tinham antecipado uma descida para 345 mil pedidos.
As bolsas norte-americanas seguiam em alta com o índice industrial Dow Jones a avançar 0,79% e o tecnológico Nasdaq 0,83%. Já o S&P 500 valoriza 1,03%, ultrapassando pela primeira vez a barreira dos 1.700 pontos.