Investing.com - Se ao início da jornada a bolsa de Lisboa se destacava positivamente entre as congéneres europeias, no final acabou por encerrar no “vermelho.” O PSI20 fechou a penúltima sessão da semana ligeiramente abaixo da linha de água, a regredir 0,01% para 6.039,40 pontos, com cinco cotadas em alta, 11 em baixa e quatro inalteradas. Isto no dia em que se tornou conhecido o chumbo do Tribunal Constitucional às alterações ao Código do Trabalho. Grande parte das medidas em causa faz parte do memorando de entendimento assinado em 2011 com a “troika”, que permanece em Lisboa para mais avaliações.
Por cá, foi a Cofina que liderou as perdas, com um tombo de 9,09% para 0,48 euros. O peso pesado Jerónimo Martins regressou às perdas e cedeu 1,21% para 15,49 euros por ação, assumindo-se como um dos títulos que mais castigou o mercado nacional. Uma tendência à qual a Portucel não ficou imune. As ações da cotada recuaram 1,05% para 2,721 euros.
No setor bancário, só o BCP avançou 1,05% para 0,096 euros. BES e BPI depreciaram 0,12% e 0,42% para 0,819 euros e 0,944 euros respetivamente. Sem variações terminaram o BANIF, nos 0,01 euros, e o ESFG nos 5,2 euros.
A tendência mista também foi notória entre as cotadas do setor das telecomunicações. A Zon Optimus foi a que mais cedeu, 0,34% para 4,38 euros. Seguiu-se a Sonaecom a depreciar 0,29% para 2,087 euros. Os títulos da Portugal Telecom escaparam ao contágio e impediram maiores perdas. Terminaram a jornada a negociar nos 3,431 euros, com uma subida de 2,11%.
A petrolífera Galp escorregou 0,28% para 12,42 euros, enquanto a EDP Renováveis deslizou 0,33% para 3,874 euros. As ações da casa mãe mantiveram-se estáveis nos 2,72 euros.
Lá fora, o índice Eurostoxx 50 fechou nos 2.922,99 pontos, a recuar 0,15%. No velho continente, o MIB italiano destacou-se com uma queda de 1,20%, numa altura em que a instabilidade política volta a ameaçar o frágil Governo de Enrico Letta. Ontem, os deputados do partido de Sílvio Berlusconi reuniram com o antigo primeiro-ministro e deixaram em aberto o cenário de ruptura. Berlusconi pode ter de abandonar o Senado, na sequência da condenação por fraude fiscal.
Com os investidores a aguardarem a divulgação de dados económicos dos Estados Unidos, nas restantes praças as perdas foram mais contidas. O CAC francês cedeu 0,21% e o DAX alemão 0,02%. Madrid e Londres somaram 0,32% e 0,21% respetivamente.
Do lado de lá do Atlântico, Wall Street recuperava das perdas registadas nas últimas sessões, com o índice industrial Dow Jones a avançar 0,27% e o tecnológico Nasdaq 0,66%. O S&P500 somava 0,25%. A falta de entendimento entre republicanos e democratas e o cenário de um precipício orçamental continua a dominar os mercados, mas os investidores pareciam estar a ser animados pelos dados económicos positivos hoje divulgados.
De acordo com o Departamento do Comércio dos Estados Unidos, a economia norte-americana cresceu 2,5% entre abril e junho face ao trimestre anterior, em linha com o esperado pelos analistas.
Também hoje se ficou a saber que os pedidos iniciais de subsídio de desemprego caíram em cinco mil para 305 mil pedidos na semana terminada a 21 de setembro. No entanto, os contratos para comprar casas usadas caíram em agosto pelo terceiro mês consecutivo. Notícias mistas, que dão alguns sinais sobre a saúde da economia norte-americana e que poderão ajudar a perceber, em parte, qual poderá ser o calendário da Reserva Federal dos Estados Unidos para o início da retirada dos estímulos económicos.