Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 29 Mai (Reuters) - O principal índice de ações da B3 subia na manhã desta terça-feira, após perder quase 9 por cento nas últimas quatro sessões, em movimento técnico guiado pela melhora das ações da Petrobras, enquanto investidores seguem calculando os efeitos da greve dos caminhoneiros no país, que já entra em seu nono dia.
Às 11:09, o Ibovespa .BVSP subia 2,24 por cento, a 77.043,77 pontos. O volume financeiro do pregão somava 3 bilhões de reais.
Na véspera, o principal índice acionário brasileiro caiu 4,5 por cento e reverteu os ganhos em 2018, fechando a 75.355 pontos, perto da mínima da sessão e menor patamar de fechamento desde 22 de dezembro de 2017. da melhora do Ibovespa nesta sessão, profissionais da área de renda variável seguem desconfortáveis com o atual momento do país.
"A incerteza atual em relação ao orçamento fiscal do governo e a baixa visibilidade nos riscos de estabilização dos mercados nos impedem de ser positivos no curto prazo com o Brasil, mesmo com preços (valuations) menores", escreveram estrategistas do Santander (MC:SAN) em nota a clientes.
Eles atribuem a forte queda do Ibovespa nos últimos dias à deterioração do cenário doméstico, principalmente em razão da greve dos caminhoneiros, potenciais mudança na atual política de preço da Petrobras e impactos econômicos.
De acordo com um gestor ouvido pela Reuters, a relativa calma no mercado de câmbio contribuía para alguma recuperação no pregão paulista. "O real está descolado de outras moeda hoje. Era para o real ter um dia de estresse e está tranquilo. Isso ajuda a tirar pressão da bolsa", afirmou.
A recuperação no pregão doméstico vinha apesar do ambiente externo desfavorável a ativos de risco, com o dólar se fortalecendo ante uma cesta de moedas .DXY e Wall Street retornando do feriado com perdas.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN PETR4.SA e PETROBRAS ON PETR3.SA subiam 9,2 e 10 por cento, experimentando uma trégua após oito quedas seguidas, enquanto investidores aguardam teleconferência da empresa prevista para as 14h, com o presidente da companhia, Pedro Parente. GOL PN GOLL4.SA avançava 6,1 por cento, encontrando na relativa trégua da alta do dólar ante o real BRBY suporte para recuperação, após recuar quase 8 por cento na véspera.
- CSN CSNA3.SA tinha elevação de 6 por cento, também ensaiando uma recuperação após despencar 10 por cento na segunda-feira, com o setor siderúrgico como um todo pressionado por receios ante potenciais impactos da greve dos caminhoneiros, que tem limitado o fluxo de bens. USIMINAS PNA USIM5.SA e GERDAU PN GGBR4.SA subiam 4,3 e 5,1 por cento, respectivamente.
- CVC CVCB3.SA valorizava-se 6,7 por cento, liderando a recuperação no setor de consumo, que também tem sido fortemente prejudicado pela paralisação dos caminhoneiros.
- SUZANO SUZB3.SA e FIBRIA FIBR3.SA caíam 2 por cento, entre as poucas baixas, revertendo o movimento positivo da véspera, quando subiram na contramão do mercado.
- BRF BRFS3.SA perdia 1,6 por cento, tendo no radar relatório do Morgan Stanley (NYSE:MS) começando a cobertura das ações com classificação 'underweight' e preço-alvo de 18 reais - abaixo dos 22 reais do fechamento da segunda-feira. "É muito cedo para comprar a recuperação de BRF", escreveram os analistas.
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(Edição Alberto Alerigi Jr.)