SÃO PAULO, 26 Out (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista perdia força na tarde desta quinta-feira, diante da cautela sobre o andamento de reformas no Congresso após Câmara dos Deputados rejeitar a denúncia contra o presidente Michel Temer com um placar mais apertado, em dia marcado por intenso volume de resultados corporativos.
Às 16:08, o Ibovespa .BVSP caía 0,49 por cento, a 76.296 pontos, depois de ter subido 0,51 por cento na máxima do dia até o momento. O giro financeiro era de 5,7 bilhões de reais.
Na noite passada, a Câmara dos Deputados rejeitou a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer por 251 votos a 233, abaixo da expectativa do governo, que calculava obter entre 260 e 270. Este placar, na visão de alguns agentes de mercado, acenda a luz amarela sobre as chances de avanço da agenda de reformas do governo, principalmente a da Previdência.
"O número parece apertado para conseguir aprovar uma reforma da Previdência, ainda que mais enxuta... Agora o governo vai ter tentar reverter esse quadro porque essa reforma é uma das cosias essenciais para agencias de classificação de risco não rebaixarem o Brasil", disse o gerente de renda variável da H.Commcor, Ari Santos.
Entre as empresas que divulgaram seus resultados, Ambev ABEV3.SA caía 0,66 por cento, com analistas divididos sobre a sinalização de números reportados. Já a mineradora Vale VALE3.SA recuava 1,31 por cento, apesar da alta no lucro, com a equipe do UBS destacando que a tendência de queda dos preços de minério de ferro, aliada ao aumento de custos, favorece alguma cautela com o papel. os destaque positivos do índice, Suzano Papel e Celulose SUZB5.SA e Fibria FIBR3.SA subiam 0,86 e 1,41 por cento, respectivamente, após a Suzano anunciar reajuste de preço da celulose, seguindo movimento similar da Fibria na semana passada. Flavia Bohone; Edição de Raquel Stenzel)