SÃO PAULO, 2 Mar (Reuters) - O principal índice acionário dabolsa paulista trabalhava no vermelho nesta sexta-feira, comdestaque para a queda dos papéis de siderurgia, após declaraçõesdo presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a taxação dasimportações de aço e alumínio desencadearem um sentimento deaversão ao risco nos mercados internacionais.
Às 11:41, o Ibovespa .BVSP caía 1,46 por cento, a 84.131pontos. O giro financeiro somava 1,96 bilhão de reais.
No acumulado de 2018, o índice ainda acumula valorização decerca de 10 por cento. Na véspera, o indicador devolveu osganhos da abertura e encerrou perto da estabilidade, depois queTrump anunciou que vai impor tarifas de 25 e 10 por cento nasimportações de aço e alumínio, respectivamente, na próximasemana. consultados pela Reuters observaram que o cenáriointernacional se sobrepunha ao doméstico nesta sexta-feira,ofuscando um noticiário corporativo ainda carregado de balançose desdobramentos na cena política brasileira.
"Em dia de agenda menos relevante no front macroeconômico,investidores digerem tais falas e sinalizações de personagensimportantes", disse a Coinvalores em nota a clientes, destacandoque a taxação do aço e do alumínio pelos EUA pode puxar ainflação para cima e reacender a possibilidade de juros maisaltos nos EUA.
Em relatório, a XP Investimentos citou também receios deque a decisão de Trump possa desencadear uma guerra comercialcom outros países. Nesta sexta-feira, a comissária de Comércioda União Europeia, Cecilia Malmstrom, já advertiu sobre umapossível retaliação se as tarifas se aplicarem ao bloco europeu. USIMINAS PNA USIM5.SA caía 6,1 por cento, liderando aponta negativa do Ibovespa, ao lado de CSN ON CSNA3.SA , queperdia 5,67 por cento, e GERDAU PN GGBR4.SA com recuo de 4,37por cento. O setor era alvo de liquidações em meio à crescentetensão global sobre a imposição de tarifas de importação paraaço e alumínio pelos Estados Unidos.
- PETROBRAS PN PETR4.SA caía 1,6 por cento, e PETROBRAS ON PETR3.SA cedia 1,58 por cento, na esteira da queda dascotações internacionais do petróleo.
- ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA recuava 1,35 por cento, eBRADESCO PN BBDC4.SA perdia 1,08 por cento, reforçando o viésbaixista do Ibovespa, dado o peso dessas ações na composição doprincipal índice acionário da bolsa paulista.
- B3 ON BVMF3.SA operava em leve queda de 0,12 por cento,após a companhia reportar queda de 5,6 por cento no lucrolíquido do quarto trimestre, para 635,8 milhões de reais, emfunção de uma piora no resultado financeiro do período. Odesempenho operacional medido pelo Ebitda subiu 12,2 por centoano a ano, para 672,9 milhões de reais, enquanto a receitalíquida subiu 7,9 por cento na mesma base, para 1,033 bilhão dereais. FLEURY ON FLRY3.SA subia 1,43 por cento, depois que ogrupo de laboratórios de medicina diagnóstica anunciou a maiormargem sobre resultado operacional desde sua estreia na bolsabrasileira, em 2009, graças ao crescimento de receita e controlede custos. A companhia lucrou 64,6 milhões de reais, 13,7 porcento menos na comparação com o quarto trimestre de 2016, masanalistas do Credit Suisse consideraram o resultado "sólido" e amanutenção do ímpeto da margem Ebitda. ECORODOVIAS ON ECOR3.SA subia 1,2 por cento,recuperando-se das perdas registradas na véspera em meio atemores sobre o envolvimento de concessionárias administradaspela empresa em esquemas de corrupção no âmbito da operação LavaJato. SUZANO PAPEL E CELULOSE ON SUZB3.SA subia 1,2 por cento,e FIBRIA ON FIBR3.SA avançava 1,37 por cento, beneficiadaspela alta do dólar ante o real em meio às preocupações com apolítica externa de Trump e tendo ainda no radar a possibilidadede fusão entre as empresas.
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(Por Gabriela Mello; Edição de Raquel Stenzel)