Por Flavia Bohone
SÃO PAULO, 25 Abr (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta terça-feira, amparado no otimismo vindo do exterior e conforme as tensões com a cena política local diminuíram ao longo do dia, diante do avanço da reforma trabalhista na comissão especial na Câmara dos Deputados.
O Ibovespa .BVSP subiu 1,18 por cento, a 65.148 pontos. Foi o terceiro pregão consecutivo de ganhos. O giro financeiro somou 7,53 bilhões de reais.
O mercado passou a maior parte da sessão com variações mais contidas, pressionado pelo receio em relação ao andamento das medidas no Congresso Nacional após o PS fechar na véspera questão contra as reformas trabalhista e da Previdência, enquanto o cenário externo trazia algum alívio. ao fechamento dos negócios, no entanto, os investirdes também passaram a se mostrar mais aliviados com o cenário político local, conforme a proposta de reforma trabalhista avançava na comissão especial na Câmara. A comissão aprovou o parecer do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) e a proposta seguiu para o plenário da Casa. Street subiu nesta sessão diante dos fortes resultados corporativos, com o Nasdaq fechando pela primeira vez na história acima de 6 mil pontos.
"Esse bom humor (com a alta em Wall Street) aumenta o apetite por risco e como o fluxo do nosso mercado é guiado por capital estrangeiro, a situação de melhora lá fora acaba sendo bem conduzida por aqui também", disse o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo.
DESTAQUES
- ELETROBRAS ON ELET3.SA subiu 6,38 por cento, segundo melhor desempenho do Ibovespa, com investidores avaliando de forma positiva a possibilidade de solução negociada para o impasse envolvendo indenizações bilionárias devidas pela União a empresas de transmissão de energia elétrica. VALE PNA VALE5.SA teve alta de 3,8 por cento e VALE ON VALE3.SA ganhou 3,28 por cento, apesar da leve baixa nos contratos futuros do minério de ferro na China, que tiveram a perda limitada pelo ganho nos contratos do aço. CSN ON CSNA3.SA subiu 3,25 por cento e GERDAU PN GGBR4.SA teve alta de 1,86 por cento, na esteira dos ganhos da Vale e do aumento dos preços do aço na China. USIMINAS PNA USIM5.SA teve valorização mais contida, de 0,5 por cento, em sessão volátil para os papéis da empresa. No radar estavam reduções de projeções do setor para 2017 e a rejeição pela Justiça de Minas Gerais de recurso da Nippon Steel 5401.T para anular a reunião do conselho de administração da Usiminas que elegeu o presidente da empresa no fim de março. KROTON ON KROT3.SA subiu 2,65 por cento, após a empresa divulgar alta de 10 por cento na captação de alunos de graduação presencial no primeiro trimestre. Para os analistas do Bradesco (SA:BBDC4) BBI, os dados divulgados pela empresa indicam um ponto de virada para o crescimento do setor. ECORODOVIAS ON ECOR3.SA teve alta de 0,97 por cento, após a empresa perder a disputa em leilão pela Rodovia dos Calçados, com investidores vendo o movimento da empresa como demonstração de disciplina financeira. PETROBRAS PN PETR4.SA subiu 2,21 por cento e PETROBRAS ON PETR3.SA ganhou 2,02 por cento, em sessão na qual os preços do petróleo no mercado internacional subiram, após seis dias de perdas. BRF ON BRFS3.SA caiu 1,75 por cento, entre as maiores quedas do Ibovespa. Segundo operadores, a queda refletiu incertezas sobre a operação de venda de participação na unidade de alimentos halal One Foods.
Para ver as maiores altas do Ibovespa, clique em .PG.BVSP
Para ver as maiores baixas do Ibovespa, clique em .PL.BVSP
(Edição de Raquel Stenzel)