SÃO PAULO, 1 Set (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista iniciou o mês de setembro com alta, encostando nos 72 mil pontos, diante de um cenário externo mais favorável e números melhores que o esperado para a economia brasileira.
O Ibovespa fechou em alta de 1,54 por cento, a 71.923 pontos, perdendo os 72 mil pontos durante os ajustes. Na máxima do dia, o índice subiu 1,95 por cento, a 72.216 pontos, máxima intradia desde novembro de 2010. O índice marcou a sexta semana de ganhos, com alta acumulada de 1,2 por cento.
O giro financeiro somou 9,93 bilhões de reais, acima da média diária vista no mês passado, de 8,76 bilhões de reais.
As siderúrgicas lideraram a ponta positiva do índice neste pregão, com destaque para as ações da Usiminas USIM5.SA , que subiu mais de 10 por cento.
A economia brasileira cresceu 0,2 por cento no segundo trimestre sobre o período de janeiro a março, com a recuperação do consumo das famílias. A expectativa de economistas em pesquisa Reuters era de expansão de 0,1 por cento. Estados Unidos, dados mostrando desaceleração mais forte que a esperada na criação de vagas corrobora a visão de que o banco central norte-americano manterá um ritmo gradual na elevação de juros. No mês passado, houve abertura de 156 mil postos de trabalho, ante a expectativa de economistas pela criação de 180 mil vagas em agosto. exterior também amparou o tom positivo da B3, após novos dados sobre atividade industrial na China mostrarem expansão no ritmo mais rápido em seis meses em agosto, o que ajudou a impulsionar os contratos futuros do minério de ferro e do aço no país asiático. USIMINAS PNA USIM5.SA ganhou 10,3 por cento, liderando a ponta positiva do Ibovespa, a 7,60 reais, no maior patamar de fechamento desde setembro de 2014. Os papéis reagiram ao bom desempenho dos contratos futuros do aço na China e perspectivas positivas para os preços da commodity. Também como pano de fundo estava a conclusão na véspera de renegociação de dívida com bancos e credores que dispensa a siderúrgica de fazer uma troca de bônus detidos por bancos japoneses e debenturistas, depois de receber permissão para isso de bancos brasileiros e do BNDES em junho. GERDAU PN GGBR4.SA avançou 6,24 por cento e CSN ON CSNA3.SA subiu 6,67 por cento, também na esteira do desempenho dos contratos futuros de minério de ferro e aço na China e na expectativa pelo desempenho da commodity.
- VALE ON VALE3.SA teve alta de 1,68 por cento, em linha com o movimento dos contratos futuros do minério de ferro na China, após indicadores mostrando forte expansão da atividade industrial chinesa. BRF ON BRFS3.SA subiu 2,56 por cento, após a companhia anunciar na véspera que o atual presidente-executivo, Pedro Faria, vai deixar a empresa e que o sucessor será escolhido fora da companhia. Segundo analistas do BTG Pactual (SA:BBTG99), o anúncio não foi uma grande surpresa, mas indica o último capítulo "da saga" do processo de mudança da empresa, iniciado em 2013. JBS ON JBSS3.SA teve queda de 0,35 por cento, tendo uma sessão volátil diante da suspensão por 15 dias da assembleia de acionistas, prevista para esta sexta-feira, após decisão judicial sobre recurso apresentado pelos controladores. Na mínima do dia, os papéis caíram 1,38 por cento, enquanto subiram 1,5 por cento na máxima. PETROBRAS PN PETR4.SA avançou 2,71 por cento e PETROBRAS ON PETR3.SA ganhou 4,51 por cento, influenciada pelo cenário em geral positivo, apesar do movimento do petróleo no mercado internacional, que fechou com leves variações.
- ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA avançou 2,11 por cento e BRADESCO PN BBDC4.SA ganhou 2,08 por cento, reforçando o viés altista do Ibovespa devido ao peso desses papéis em sua composição. A sessão foi positiva também para os demais bancos do índice, com SANTANDER UNIT SANB11.SA em alta de 0,75 por cento e BANCO DO BRASIL ON BBAS3.SA subindo 3,88 por cento.
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(Por Flavia Bohone; Edição de Gabriela Mello)