(Texto atualizado com dados oficiais de fechamento e mais informações)
SÃO PAULO, 25 Mai (Reuters) - As ações brasileiras caíram pelo terceiro pregão seguido nesta sexta-feira, com o Ibovespa fechando no menor patamar desde janeiro, em meio a um ambiente externo negativo e com a greve dos caminhoneiros adicionando preocupações, dado o impacto em operações de diversas companhias e no quadro político.
O principal índice de ações da B3 .BVSP caiu 1,53 por cento, a 78.897 pontos, menor fechamento desde 10 janeiro. O volume financeiro somou 12,295 bilhões de reais.
Na semana, o Ibovespa caiu 5,03 por cento.
No exterior, o norte-americano S&P 500 .SPX fechou em baixa de 0,23 por cento em Wall Street, enquanto o dólar .DXY se fortaleceu em relação a um cesta de moedas e as commodities recuaram, com o contrato de petróleo Brent LCOc1 caindo mais de 3,2 por cento.
No Brasil, os protestos de caminhoneiros contra a alta do diesel entraram no quinto dia, atingindo 24 Estados e o Distrito Federal, afetando também alguns portos, incluindo o de Santos (SP), o maior e mais importante do país, mesmo após o anúncio na véspera de um acordo entre a categoria e o governo.
"O que parecia uma questão muito específica ao preço do diesel se transformou em um evento político maior", afirmou o presidente da Bradesco Asset Management, Andre Carvalho, acrescentando que o evento adicionou incertezas.
Dados de fluxo continuaram mostrando saída de estrangeiros da bolsa, com o saldo negativo em maio acumulado até o dia 23 alcançando quase 4 bilhões de reais.
No ano, o Ibovespa ainda contabiliza alta de 3,26 por cento, mas, mesmo após a queda de 8,4 por cento em maio.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN PETR4.SA caiu 1,39 por cento e PETROBRAS ON PETR3.SA recuou 0,73 por cento, após terem despencado cerca de 14 por cento na véspera. Investidores analisavam os termos do acordo do governo com caminhoneiros e ainda enxergavam incerteza elevada em relação à companhia, principalmente a vulnerabilidade à interferência governamental. Também no radar estavam rumores sobre possível saída de Pedro Parente da presidência-executiva da empresa, depois negados pela estatal. VALE VALE3.SA caiu 1,87 por cento, conforme o preço do minério de ferro .IO62-CNO=MB voltou a recuar na China. Na esteira, BRADESPAR PN BRAP4.SA , que concentra seus investimentos na mineradora, recuou 2,79 por cento.
- USIMINAS PNA USIM5.SA perdeu 6,15 por cento, liderando a lista de maiores baixas do Ibovespa, em sessão negativa para o setor siderúrgico. CSN CSNA3.SA caiu 5 por cento e GERDAU PN GGBR4.SA recuou 4,17 por cento
- LOJAS AMERICANAS PN LAME4.SA cedeu 3,07 por cento, em movimento acompanhado por outras ações de companhias de varejo, com o setor já sentindo o efeito da greve dos caminhoneiros no fornecimento dos produtos. Para a equipe da Brasil Plural (SA:BPFF11), os impactos da greve dependerão de sua duração.
- BRADESCO PN BBDC4.SA perdeu 1,99 por cento, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA cedeu 0,88 por cento, revertendo alta da abertura, quando repercutiu proposta de desdobrar em 50 por cento as atuais ações do banco. GOL PN GOLL4.SA subiu 1,7 por cento, com o recuo dos preços do petróleo no exterior apoiando alguma recuperação, depois de acumular queda de 37 por cento em maio até a véspera.
- JBS JBSS3.SA avançou 1,26 por cento. No mês, a alta já supera 10 por cento. A companhia é beneficiada pela valorização do dólar ante o real, uma vez que parcela relevante da receita é na moeda norte-americana.
- SABESP SBSP3.SA subiu 0,38 por cento, após a companhia paulista de saneamento apresentar um recurso administrativo à Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) pedindo reconsideração do resultado final da segunda revisão tarifária, que ficou aquém das expectativas da empresa. ver as maiores baixas do Ibovespa, clique em .PL.BVSP
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(Por Paula Arend Laier; Edição de Aluísio Alves)