Por Flavia Bohone
SÃO PAULO, 30 Mai (Reuters) - O principal índice da Bovespa oscilava sem uma tendência clara nesta terça-feira, com investidores de olho na possibilidade de avanço de medidas no Congresso Nacional, mas ainda adotando cautela diante da crise política que atinge o país.
Às 11:52, o Ibovespa .BVSP subia 0,3 por cento, a 63.952 pontos. O giro financeiro era de 1,5 bilhão de reais.
Na mais recente tentativa de mostrar normalidade no Legislativo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reafirmou nesta manhã seu "compromisso" com o presidente Michel Temer e garantiu que a Câmara aprovará a reforma da Previdência, enquanto o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), assegurou que todas as reformas serão aprovadas. nesta manhã, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que o governo concordou com acordo costurado entre líderes na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para votar a reforma trabalhista no colegiado apenas na próxima terça-feira. atenções seguem voltadas para a agenda do Congresso, na expectativa que as propostas de reforma avancem mesmo em meio à crise que atinge o Planalto desde as denúncias contra Temer.
"O pior cenário para o mercado seria a saída do presidente Temer com eleições diretas, mas o que nos parece improvável até agora", escreveu a equipe do Credit Suisse em nota a clientes. "No caso do presidente Temer continuar no cargo, vai ser difícil identificar o quão forte ele estará e pode trazer mais volatilidade ao mercado", completaram, acrescentando que, neste caso, os investidores seguirão mais dependentes do noticiário diário.
DESTAQUES
- JBS ON JBSS3.SA subia 1 por cento. A empresa tem dominado o noticiário desde a delação de seus executivos, com as ações mostrando forte volatilidade no período. As atenções dos investidores no momento se voltam para o avanço do acordo de leniência com o Ministério Público Federal. A J&F, controladora da JBS, informou nesta terça-feira que o escritório de advocacia Trench, Rossi (SA:RSID3) e Watanabe não representa mais o grupo nas negociações com o Ministério Público Federal (MPF) sobre acordo de leniência, após impasse nas negociações. BRADESCO PN BBDC4.SA avançava 1,2 por cento, ajudando o tom positivo do Ibovespa devido ao peso em sua composição, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA mostrava movimento mais contido, com alta de 0,3 por cento.
- VALE PNA VALE5.SA subia 1,3 por cento e VALE ON VALE3.SA ganhava 1,8 por cento, mantendo a tendência de ganhos vista nos quatro pregões anteriores.
- EDP ENERGIAS DO BRASIL ENBR3.SA avançava quase 2 por cento, em sessão positiva também para a maioria das empresas do setor elétrico. COPEL PNB CPLE6.SA ganhava 2,4 por cento e CEMIG PN CMIG4.SA tinha valorização de 1,3 por cento.
- ELETROBRAS PNB ELET6.SA perdia 2,2 por cento, entre as maiores perdas do Ibovespa, enquanto ELETROBRAS ON ELET3.SA mostrava estabilidade. No radar estava a decisão sobre a devolução de recursos a fundo do setor elétrico (RGR). PETROBRAS PN PETR4.SA recuava 0,6 por cento, enquanto PETROBRAS ON PETR3.SA tinha variação positiva de 0,07 por cento, em sessão marcada por queda nos preços do petróleo no mercado internacional, diante de preocupações de que os cortes de produção liderados por grandes exportadores não sejam suficientes para diminuir o excesso de oferta global que tem pressionado o mercado que há quase três anos. ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES ON ESTC3.SA oscilava ao redor da estabilidade e KROTON ON KROT3.SA perdia 0,6 por cento. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) endureceu as negociações relativas à fusão entre as duas empresas, aumentando o rol de ativos que terão que ser vendidos para resolver problemas concorrenciais, publicou o jornal O Estado de S.Paulo nesta terça-feira. ver as maiores altas do Ibovespa, clique em .PG.BVSP
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(Edição de Paula Arend Laier)