Por Flavia Bohone
SÃO PAULO, 31 Out (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista recuou nesta terça-feira, com investidores preferindo cautela ante preocupações com o avanço da agenda de reformas ajudando também a tirar ímpeto no mês, que terminou apenas estável, após ter renovado recordes.
As atenções no pregão também se voltaram para o noticiário corporativo. Cielo CIEL3.SA teve forte alta e liderou a ponta positiva após resultado trimestral, enquanto Itaú Unibanco ITUB4.SA ficou entre as maiores pressões negativas.
O Ibovespa .BVSP fechou caiu 0,66 por cento, a 74.308 pontos e terminou o mês com variação positiva de 0,02 por cento. No ano, após fechar oito dos dez meses até agora no azul, o índice acumula alta de 23,4 por cento. O giro financeiro do pregão somou 9,56 bilhões de reais.
O índice operou no azul no começo dos negócios, ensaiando recuperação após fechar abaixo dos 75 mil pontos na véspera, e subiu 0,46 por cento na máxima. Mas o tom positivo não se sustentou e o sentimento de cautela acabou prevaleceu.
Ao longo do mês, o Ibovespa renovou máximas algumas vezes, tendo marcado 76.989 pontos como novo recorde de fechamento. Desde então, o Ibovespa passou a encontrar resistência, diante de incertezas no cenário político e também com alguma pressão do exterior. Com o arquivamento da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, os investidores avaliam se o governo terá força para aprovar suas reformas, principalmente a da Previdência, ainda que uma versão mais simples.
"Está aumentando a pressão por algum avanço na reforma da Previdência e, se não acontecer este ano, fica mais difícil porque o próximo é ano eleitoral", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos.
No exterior, o mercado aguarda a nomeação de quem vai substituir Janet Yellen no comando do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, antes de ajustar as apostas sobre o ritmo de altas de juros no país.
DESTAQUES
- CIELO ON CIEL3.SA subiu 9,44 por cento, liderando a ponta positiva do índice após reportar números melhores que o esperado por analistas para o terceiro trimestre. No período, o lucro líquido foi de 1,017 bilhão de reais, alta de 0,8 por cento ante igual período de 2016. ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA perdeu 2,46 por cento, após ter chegado a subir 1 por cento na máxima. O banco anunciou na segunda-feira à noite seus números do terceiro trimestre que, segundo analistas do BTG Pactual (SA:BBTG99), foram em grande parte em linha com o esperado. No período, o lucro recorrente do Itaú (SA:ITSA4) foi de 6,254 bilhões de reais, alta de 11,8 por cento sobre um ano antes. BRADESCO PN BBDC4.SA perdeu 1,34 por cento, SANTANDER UNIT SANB11.SA teve baixa de 3,02 por cento e BANCO DO BRASIL ON BBAS3.SA cedeu 2,19 por cento, em sessão negativa para o setor bancário como um todo.
- BRASKEM PNA BRKM5.SA caiu 1,67 por cento. O papel chegou a recuar mais de 5 por cento na mínima, devolvendo parte dos ganhos de quase 12 por cento da véspera, após reportagem afirmar que a holandesa Lyondellbasel LYB.N estaria interessada em comprar o controle da brasileira. A Braskem disse nesta terça que não foi abordada pela Lyondell com qualquer proposta de aquisição. EMBRAER ON EMBR3.SA teve alta de 1,42 por cento, revertendo perdas de mais cedo, quando chegou a cair quase 2,5 por cento, após o corte na recomendação do JP Morgan para os ADRs da fabricante brasileira de aviões ERJ.N para "neutra", ante "overweight". Também no radar estava a assinatura de um contrato com a American Airlines para o pedido firme de 10 jatos E175. PETROBRAS PN PETR4.SA cedeu 0,06 por cento e PETROBRAS ON PETR3.SA subiu 0,4 por cento, em sessão que terminou com ganhos para os preços do petróleo no mercado internacional.
- VALE ON VALE3.SA caiu 0,77 cento, de olho no movimento dos contratos futuros do minério de ferro na China, que acumularam queda de 5,8 por cento no mês. ver as maiores baixas do Ibovespa, clique em .PL.BVSP
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(Edição de Aluísio Alves)