SÃO PAULO, 17 Mai (Reuters) - O tom negativo prevalecia na bolsa paulista na manhã desta quinta-feira, um dia após o Ibovespa atingir máxima desde meados de março, em meio a um ambiente desfavorável a emergentes e com investidores repercutindo a decisão inesperada do Banco Central de manter os juros em 6,50 por cento ao ano.
Às 12:08, o Ibovespa .BVSP caía 1,57 por cento, a 85.182 pontos. O volume financeiro era de 5,67 bilhões de reais.
No exterior, o índice MSCI de ações de mercados emergentes .MSCIEF , como o Brasil, caía 0,69 por cento.
O Copom manteve na quarta-feira a taxa básica de juros Selic em 6,50 por cento ao ano, justificando que o cenário externo tornou-se mais desafiador e apresenta volatilidade, apesar de reconhecer que a atividade econômica do país perdeu força e o comportamento da inflação continua favorável. que este é o piso da Selic e que o próximo movimento, quando acontecer, será de alta", disse o economista do Itaú Unibanco Luka Machado Barbosa, em nota a clientes, ainda no final da quarta-feira.
A queda dos juros vinha sendo citada por analistas e estrategistas como um dos componentes positivos para o mercado acionário, potencial destino de investidores em busca de maior rentabilidade.
A cena política também respingava na bolsa, em meio a apreensões sobre eventual avanço do pré-candidato à Presidência da chamada centro-esquerda Ciro Gomes (PDT). A equipe XP Política disse em nota a clientes que há possibilidade concreta de uma aliança de Ciro com o PT.
Ciro não está na lista dos candidatos pró-reformas do mercado. Em entrevista mais cedo neste mês, ele questionou o chamado tripé macroeconômico, dizendo que essa política não leva em conta questões relevantes como a queda nos preços das commodities no mercado internacional. VALE VALE3.SA caía 1 por cento, na esteira do recuo dos preços do minério de ferro à vista na China .IO62-CNO=MB . O papel acumula em 2018 alta ao redor de 40 por cento.
- PETROBRAS PN PETR4.SA subia 0,44 por cento e PETROBRAS ON PETR3.SA recuava 0,51 por cento, em dia de alta do petróleo no exterior e em meio a expectativas em relação à renegociação do contrato de cessão onerosa. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta quinta-feira que o acordo dever ser concluído na semana que vem. Dados de produção da petroleira também estavam no radar. BRADESCO PN BBDC4.SA caía 2,1 por cento, em sessão negativa para o setor bancário de modo geral, pesando no Ibovespa em razão da participação relevante que detém no índice. ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA , que também tem fatia importante, cedia 2,46 por cento.
- BRF BRFS3.SA recuava 4,37 por cento, conforme o papel segue sendo pressionado pelo prognóstico de um horizonte ainda desafiador para a empresa de alimentos, após uma lista de adversidades que culminaram com a troca do conselho de administração recentemente e mudança no comando da empresa.
- KROTON KROT3.SA perdia 3,9 por cento, ampliando a trajetória negativa para a ação do maior grupo de ensino do país, que já acumula perda de quase 40 por cento no ano, atingida entre outros fatores por dados fracos de captação de alunos. O setor de educação com um todo no Ibovespa segue pressionado. ESTÁCIO ESTC3.SA caía 3,28 por cento, mesmo após anúncio de um programa de recompra de ações. ELETROBRAS PNB ELET6.SA e ELETROBRAS ON ELET3.SA subiam 1,36 e 2,77 por cento, respectivamente, tendo no radar notícia do jornal Valor Econômico de que o governo pretende se valer de uma norma do regimento da Câmara dos Deputados para acelerar a votação da proposta de privatização da companhia.
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(Por Paula Arend Laier Edição de Raquel Stenzel)