(Atualiza com dados oficiais de fechamento e mais informações)
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 28 Mai (Reuters) - A bolsa paulista teve uma sessão de realização de lucros nesta quinta-feira, refletindo o aumento dos atritos entre China e Estados Unidos e, no Brasil, o conflito institucional envolvendo governo, Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa .BVSP caiu 1,13%, a 86.949,09 pontos, após acumular alta de 7% na semana até a véspera. Na máxima da sessão, chegou a superar os 88 mil pontos, o que não acontecia desde março.
O volume financeiro no pregão somou 23,88 bilhões de reais.
"Graficamente, o mercado vem melhorando e chegamos muito próximos dos alvos, um deles o de 90 mil pontos, pois já praticamente encostamos nele", observou o analista Fernando Góes, da Clear Corretora.
"É provável e normal que o mercado faça algum tipo de realização até 84, 85 mil pontos. Mas já começamos a enxergar no gráfico que isso viria a ser um ponto de compra, principalmente se o mercado esticar um pouco mais e chegar aos 90 mil pontos, antes da realização."
Em Wall Street, o S&P 500 .SPX caiu 0,21%, perdendo fôlego no fim da sessão após o presidente dos EUA, Donald Trump, dizer que assinará uma ordem executiva sobre empresas de mídia social e que fará entrevista coletiva sobre a China na sexta-feira.
Investidores estão atentos principalmente à reação de Trump, após o Parlamento da China aprovar decisão de levar adiante uma legislação de segurança nacional para Hong Kong.
O principal assessor econômico de Trump disse nesta quinta-que pode ser necessário tratar Hong Kong como a China no que diz respeito ao comércio e outras questões financeiras. Brasil, a operação da Polícia Federal na véspera contra aliados do presidente Jair Bolsonaro, acusados de envolvimento na distribuição de fake news, acirrou a tensão entre os poderes.
Bolsonaro disse nesta quinta que "não haverá mais outro dia como ontem". Irritado, o presidente afirmou que não se pode mais aceitar que pessoas tomem decisões individuais em nome de todos.
O penúltimo pregão de maio ainda teve o relatório da equipe de estratégia global do Credit Suisse, que elevou a recomendação das ações brasileiras para um 'pequeno' overweight, de underweight, dentro do universo de mercados emergentes.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA recuou 1,77% e BRADESCO PN BBDC4.SA cedeu 2,25%, após forte valorização na véspera. BANCO DO BRASIL ON BBAS3.SA cedeu 0,36%.
- PETROBRAS PN PETR4.SA caiu 0,8%, apesar da melhora dos preços do petróleo no mercado externo. A empresa precificou na véspera emissão de títulos de 3,25 bilhões de dólares.
- VALE ON VALE3.SA fechou em baixa de 1,09%, perdendo o fôlego após subir quase 2% mais cedo, apesar de novo avanço nos preços do minério de ferro na China. No setor de mineração e siderurgia, USIMINAS PNA USIM5.SA subiu 5,26%, CSN ON CSNA3.SA ganhou 1,69% e GERDAU PN GGBR4.SA avançou 2,04%.
- IGUATEMI ON IGTA3.SA recuou 6,4%, com o setor de shopping centers na ponta negativa, após valorização na véspera, em meio a dúvidas sobre os efeitos das medidas de restrição por causa da pandemia nos seus resultados. BRMALLS ON BRML3.SA caiu 4,88% e MULTIPLAN ON MULT3.SA cedeu 5,5%.
- IRB BRASIL RE IRBR3.SA avançou 5,58%, no segundo dia de alta, conforme segue volátil em meio a uma série de adversidades que fizeram o preço de suas ações despencar 80% em 2020.
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(Edição de Aluísio Alves)