Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 9 Jan (Reuters) - A bolsa paulista não mostrava uma direção firme nesta quinta-feira, com o declínio dos bancos contrabalançando o efeito positivo do exterior por conta da dissipação de preocupações sobre uma eventual escalada da tensão entre Estados Unidos e Irã e expectativa para a assinatura de acordo comercial entre Washington e Pequim.
Às 11:49, o Ibovespa .BVSP caía 0,19%, a 116.026,09 pontos. O volume financeiro somava 5,7 bilhões de reais.
De acordo com agentes de mercado, sinalizações de autoridades dos EUA e do Irã no sentido de abrandar as relações entre os dois países, pelo menos do ponto de vista militar, traziam alívios aos negócios, principalmente o discurso do presidente Donald Trump, na véspera.
"Tanto o ataque com mísseis do Irã quanto as declarações subsequentes do governo dos EUA apoiam o pensamento de que os oponentes têm pouco interesse em uma escalada militar completa", destacou Norbert Rücker, chefe de economia e pesquisa de próxima geração do banco Julius Baer, em nota.
A equipe da Ágora Investimentos também afirmou que a expectativa pelo encontro entre norte-americanos e chineses para a assinatura do acordo comercial preliminar, no próximo dia 15, favorecia os ativos.
O Ministério do Comércio chinês comunicou nesta quinta-feira que vice-primeiro-ministro da China, Liu He, chefe da equipe de negociação do país na disputa comercial com os EUA, assinará a fase 1 do acordo em Washington na próxima semana. Liu visitará Washington entre 13 e 15 de janeiro. de mercado, contudo, têm atribuído a falta de fôlego das ações brasileiras a um processo de acomodação e realização de lucros após a forte valorização no mês de dezembro, em meio à ausência de catalisadores domésticos e também preparação para ofertas de ações no curto prazo, entre elas a da Petrobras.
Após a forte alta de 2 de janeiro, quando renovou recorde de fechamento, a 118.573,10 pontos, o Ibovespa fechou no vermelho em todos os pregões até a véspera.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA recuava 2,2% e BRADESCO PN BBDC4.SA cedia 1,9%, com o setor minando a tentativa de recuperação do Ibovespa, em meio a comentários do presidente do Banco Central no sentido de aumentar a competição bancária. A XP Investimentos também destacou negativamente para o setor estruturação de área de negócios de atacado pela Caixa Econômica Federal, reportado pelo jornal Valor Econômico, uma vez que deve aumentar ainda mais a competição por médias empresas. O UBS ainda disse que espera resultados razoáveis para os números do quarto trimestre de bancos sob sua cobertura. MARFRIG ON MRFG3.SA valorizava-se 3,75%, mais uma vez entre as maiores altas do Ibovespa, com o ganho em 2020 em cerca de 11%. De acordo com o jornal a Folha de S.Paulo, a Marfrig já está em fase avançada de desenvolvimento para colocar no mercado brasileiro a sua versão da carne de porco vegana. No setor, JBS JBSS3.SA subia 0,6% e BRF BRFS3.SA valorizava-se 1,2%, enquanto MINERVA ON BEEF3.SA perdia 1,1%.
- CIELO ON CIEL3.SA caía 3,8%, maior declínio do Ibovespa. O analista Victor Schabbel do Bradesco BBI cortou a recomendação do papel para 'underperfom' e reduziu o preço-alvo a 6,5 reais, citando que as pressões sobre os resultados deve continuar e que um potencial upside a partir das renegociações sobre incentivos não deve ser suficiente para mudar a perspectiva.
- MAGAZINE LUIZA ON MGLU3.SA tinha elevação de 3,3%, entre os destaques positivos. Relatório do Credit Suisse cita a companhia entre as empresas que adicionaram mais dólares às vendas totais (GMV) durante os primeiros nove meses de 2019. No setor, B2W ON BTOW3.SA avançava 2% e VIA VAREJO ON VVAR3.SA subia 0,6%.
- BRASKEM PNA BRKM5.SA valorizava-se 5%, apesar de relatório do UBS ter cortado recomendação dos papéis para 'venda', citando expectativa de resultados fracos em 2020 e continuidade de pressão sobre os spreads petroquímicos.
- VALE ON VALE3.SA recuava 0,6%, acompanhando o movimento de ações de mineradoras no exterior, diante de queda nos preços do minério de ferro na China.
- PETROBRAS PN PETR4.SA cedia 0,07%, enquanto PETROBRAS ON PETR3.SA tinha variação positiva de 0,1%. A sessão era marcada pela queda dos preços do petróleo, enquanto analistas também estão na expectativa de um prometido mecanismo a ser usado pelo governo para compensar alta de combustíveis.
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(Edição Alberto Alerigi Jr.)