Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 12 Mar (Reuters) - O Ibovespa renovava mínimas no começo da tarde desta quinta-feira, na retomada dos negócios após acionamento de circuit breaker pela segunda vez na sessão, o que não acontecia desde a crise de 2008.
Às 12:42, o Ibovespa .BVSP caía 15,99%, a 71.550,23 pontos. O volume financeiro somava 4,18 bilhões de reais.
O pregão brasileiro teve as negociações suspensas primeiro por volta de 10:20, por 30 minutos, após o Ibovespa cair mais de 10% e depois antes das 11:15, por 1 hora, conforme acelerou a perda a mais de 15%.
"Os mercados globais continuam operando de forma irracional, muitas vezes com pânico e com extrema volatilidade a cada dia e a cada noticiário", destacou a equipe do BTG Pactual (SA:BBTG99), em nota enviada mais cedo pela área de gestão do banco. "No momento, não há como termos parâmetros de fundamentos."
O componente mais recente para a onda de vendas nos mercados de ações veio na noite da véspera, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs restrições abrangentes a viagens da Europa para o país, entre outras medidas, o que tende a afetar ainda mais o ritmo das economias. cenário político econômico no Brasil corroborava o clima mais negativo nos negócios, após o Congresso Nacional derrubar na quarta-feira veto presidencial a projeto que amplia o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), o que terá impacto estimado em 20 bilhões de reais no primeiro ano. disso, o presidente Jair Bolsonaro está sendo monitorando para o coronavírus. Bolsonaro está sendo monitorado porque o secretário especial de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, teve um teste positivo para o novo coronavírus. O secretário fez parte da comitiva presidencial de Bolsonaro aos EUA, onde encontrou-se com Trump. visão do gestor Alfredo Menezes, da Armor Capital, a principal insegurança dos agentes está relacionada às dúvidas sobre o efeito do menor crescimento global nos mercados de crédito, em um ambiente no qual os instrumentos de política monetária e fiscal estão nos limites.
Em relação ao Brasil, ele avalia que os preços não estão coerentes com fundamentos, mas busca por liquidez, o que, por um lado, pode forçar o Executivo e o Legislativo a aprovarem as reformas. "Difícil mensurar o tempo para se realinhar preços e alavancagem do sistema. Mas que já há muita coisa barata há."
DESTAQUES
- AZUL PN AZUL4.SA derretia 28,6% e GOL PN GOLL4.SA perdia 35,9%, pressionadas pelo noticiário relacionado ao coronavírus, além da disparada do dólar, que superou 5 reais pela primeira vez. No caso da Azul, a companhia ainda suspendeu previsões para 2020, citando incertezas em razão do vírus, bem como anunciou uma série de medidas para reduzir o impacto da pandemia em seu resultado, entre elas corte na capacidade internacional entre 20% a 30%. CVC BRASIL ON CVCB3.SA despencava 28,2%, também pressionada pelas preocupações com o efeito de medidas de combate ao coronavírus.
- SULAMÉRICA UNIT SULA11.SA desabava 23,2%, também entre as maiores quedas, em meio a receios sobre os efeitos em seguradoras da propagação do novo coronavírus. No setor de saúde, NOTRE DAME INTERMÉDICA ON GNDI3.SA perdia 23,47%. Fleury FLRY3.SA tinha queda de 10%.
- PETROBRAS PN PETR4.SA e PETROBRAS ON PETR3.SA caíam 20,7% e 20,5%, na esteira da queda dos preços do petróleo, além do forte 'sell-off' global.
- VALE ON VALE3.SA recuava 15%, também contaminada pelo pessimismo dos investidores globalmente.
- BANCO DO BRASIL ON BBAS3.SA perdia 19,6%, com ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA recuando 12% e BRADESCO PN BBDC4.SA cedendo 14,3%. SANTANDER BRASIL UNIT SANB11.SA caía 12,3% e BTG PACTUAL UNIT BPAC11.SA tinha queda de 22,3%.
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(Edição Alberto Alerigi Jr.)