LISBOA, 22 Mai (Reuters) - As acções da gestora de restaurantes Ibersol IBS.LS dispararam 80,7% esta semana com a gradual flexibilização do confinamento em Portugal e Espanha, imposto devido à pandemia do coronavírus, e que permitem agora a reabertura de espaços comerciais, disseram economistas e analistas, um movimento amplificado pela habitual baixa liquidez do título.
** "Com a gradual reabertura da economia, após o confinamento, e o regresso de muitas pessoas aos seus postos de trabalho... as cadeias de alimentação da Ibersol, são uma alternativa aos restaurantes tradicionais, e vão de encontro ao desejado distanciamento social, procurado por muitos clientes e imposto pelo governo", afirmou Paulo Rosa, economista sénior do Banco Carregosa.
** A Ibersol - presente em Portugal, Espanha e Angola, detém marcas como Burger King, Pizza Hut ou KFC, entre outras, - teve de encerrar a maioria dos seus restaurantes com a imposição do Estado de Emergência em Portugal e Espanha, permanecendo aberta apenas uma pequena parte dos espaços em regime de 'take away' e 'drive thru'. A empresa anunciou a adesão ao regime de 'layoff' para a maioria dos seus colaboradores e a suspensão do dividendo.
** "De salientar que a Ibersol é um título com pouco volume transacionado. A baixa liquidez amplifica muitas vezes os movimentos dos títulos. A acrescida volatilidade pode amplificar, muitas vezes, os movimentos, quer para cima quer para baixo", realçou.
** Desde o fecho de dia 18 de Maio -- altura em que arrancou a segunda de três fases de um plano de abertura dos diferentes sectores da economia em Portugal -- até ao máximo de hoje, o título valorizou 80,7%.
** As 1150 TMG, a acção seguia a ganhar 13,38% para 6,78 euros, suplantando a subida de 0,6% do índice de referência nacional PSI20 .PSI20 .
** "O disparo da Ibersol pode estar relacionado com o anúncio de que não irá pagar dividendos e continuará com parte dos trabalhadores em layoff. Esta medida preventiva, embora aparentemente afecte o rendimento dos accionistas, dá aos investidores maior sentimento de segurança no sentido de restrição de custos e retenção de capital para sustentabilidade da empresa", disse André Pires, analista da XTB.
(Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Catarina Demony)