LISBOA, 15 Nov (Reuters) - As acções da Pharol-SGPS descem 5,74 pct para 0,345 euros após os curadores de insolvência de uma ex-holding de topo da família Espírito Santo, Espírito Santo International (ESI), terem exigido o pagamento de 750 milhões de euros (ME), segundo dealers.
Negociaram-se 3,1 milhões de acções da Pharol (LS:PHRA) e estão a negociar em mínimos de cerca de um mês e meio.
* "A Pharol já segue em forte queda, com a pressão vendedora da questão judicial da Oi, e com o especular também de um possível recuo do plano. Para prejudicar ainda mais a empresa, agora a Espirito Santo Internacional processou a Pharol e quer um reembolso bastante grande", disse João Travassos, trader da Orey iTrade.
* A Pharol-SGPS rejeita ser devedora de 750 milhões de euros (ME) à falida Espírito Santo International (ESI), como exigem os curadores de insolvência desta ex-holding de topo da família Espírito Santo, anunciou a Pharol em comunicado.
* A Pharol-SGPS realça que, pelo contrário, é credora da insolvente Rioforte - outra ex-holding da família Espírito Santo - no montante de capital de 897 ME, "montante devidamente reclamados junto dos curadores dessa insolvência no Luxemburgo".
* Adiantou que teve ontem conhecimento de um comunicado dos curadores da insolvente ESI, "pela qual estes declaram que essa sociedade falida vai processar judicialmente a Pharol-SGPS, pedindo a condenação desta última no reembolso de 750 ME, sem especificar os fundamentos desse pedido".
"A Pharol-SGPS não é devedora a qualquer título da insolvente ESI pelo que aguarda a sua citação na anunciada acção judicial para poder contestar e exercer todos os direitos de protecção dos 'stakeholders' da Pharol-SGPS", afirmou a Pharol.
* Este é mais um capítulo na longa e dura 'saga' judicial que se seguiu ao espectacular colapso do império da família Espírito Santo e que levou à resolução do ex-Banco Espírito Santo (BES) em Agosto de 2014, com a criação então do 'good bank' Novo Banco, cujos 75 pct do capital só recentemente foram vendidos à Lone Star.
Várias 'holdings' da família Espírito Santo estão em processos de insolvência no Luxemburgo, onde estão sedeadas.
* Em Fevereiro de 2014, a Pharol - antiga PT-SGPS - investiu 750 ME em papel comercial da Rioforte, depois de ter sido reembolsada desse montante pela ESI, cujos curadores agora exigem o seu pagamento.
* A Rioforte posteriormente fez um 'default' da dívida e a Pharol é credora de 897 ME que tinha investido em papel comercial daquela.
A Pharol é a maior accionista da Oi, detendo 25,7 pct desta telecom brasileira.
(Por Sérgio Gonçalves)