(Texto atualizado com mais informações)
SÃO PAULO, 15 Mar (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta sexta-feira, com baixa de 1 por cento na mínima do dia, conforme investidores viram com bons olhos o leilão de concessões de aeroportos brasileiros ocorrido nesta sessão e acompanharam o exterior, onde prevaleceu maior apetite por risco.
O dólar encerrou esta sexta-feira em queda de 0,71 por cento, a 3,8206 reais na venda. No pregão, oscilou entre 3,8725 reais e 3,8081 reais.
Na semana, a moeda acumulou baixa de 1,28 por cento, maior queda semanal em um mês e meio. Assim, quebrou uma sequência de três altas semanais.
Na B3, o dólar futuro DOLc1 caía cerca de 0,7 por cento.
Na primeira oferta de ativos de logística do governo do presidente Jair Bolsonaro, foram levantados 2,377 bilhões de reais em valor de outorga mínima com o leilão de três lotes de aeroportos nesta sexta-feira, num certame acirrado. não exista a entrada instantânea de recursos, existe uma forte expectativa de que isso aconteça. O efeito imediato é uma valorização do real", explicou o analista de câmbio da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva Filho.
Agentes financeiros viram com otimismo a demanda dos estrangeiros, que, até o momento têm estado menos posicionados no mercado brasileiro, adotando uma posição mais cautelosa à espera de avanços mais concretos na reforma da Previdência.
"Teve essa função também de indicador, então foi uma boa oportunidade para o mercado enxergar como está o apetite do investidor estrangeiro, e realmente foi positivo", avaliou.
O resultado do leilão de aeroportos, somado ao maior apetite por risco no exterior, se sobrepôs nesta sessão às incertezas com a reforma, que se mantiveram nesta semana em meio às notícias sobre a aposentadoria dos militares.
O mercado conclui a semana sob expectativa do envio da proposta de reforma previdenciária dos militares, o que, segundo garantiu o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, ocorrerá até dia 20. detalhes sobre a Previdência dos militares não foram muito bem digeridos pelo mercado, já que vão acabar resultando numa oneração bem grande na reforma da Previdência", disse o superintendente.
Mesmo após o envio da reforma da Previdência ao Congresso, o Itaú decidiu nesta sexta-feira manter suas projeções para o dólar em 3,80 reais ao fim de 2019 e 3,90 reais em 2020, citando o cenário da economia global.
"A expectativa de depreciação ao longo de 2020 se deve a uma ligeira deterioração das condições financeiras globais, em razão da retirada de estímulos de bancos centrais de economias desenvolvidas", afirmou o banco em relatório desta sexta-feira.
Operadores reagiram ainda às informações sobre as tentativas de acordo comercial entre americanos e chineses e também às notícias sobre mais estímulos no país asiático. Laís Martins; Edição de José de Castro)