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CEO Novo Banco diz há mais interessados compra, olha IPO institucionais

Publicado 21.09.2016, 08:02
© Reuters.  CEO Novo Banco diz há mais interessados compra, olha IPO institucionais
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Por Sergio Goncalves

LISBOA, 21 Set (Reuters) - O Novo Banco atraiu o interesse comprador de novos investidores institucionais no último mês, para além das quatro propostas recebidas pelo Banco de Portugal (BP) em Junho, e o 'good bank' está a finalizar os trabalhos cruciais para um eventual IPO institucional, segundo o recém-empossado CEO, António Ramalho.

"Não existe assim, objectivamente, nenhuma razão, para que o banco não encontre um ou vários accionistas neste processo de venda em curso, nesta ou noutra modalidade", disse António Ramalho, numa nota interna, enviada ontem ao início da noite aos seus colaboradores, a que a Reuters teve acesso.

António Ramalho lembrou que há um mês, quando tomou posse, assumiu com primeira prioridade uma "nova responsabilidade na gestão do capital que envolve o Management na resolução do problema accionista".

"Nesse sentido, continuamos a apoiar intensamente o Fundo de Resolução na venda directa, estamos em vias de terminar os trabalhos essenciais à preparação de um eventual IPO para Institucionais", disse, explicando que foi criada uma equipa para "desenvolver e apresentar várias soluções de capital, alternativas e complementares ao processo em curso".

"Neste mês também se notou uma renovada atenção dos actuais concorrentes à compra direta do nosso banco, bem como um novo interesse por novos investidores potenciais em ambiente de IPO (Initial Public Offering)", referiu António Ramalho.

O CEO afirmou que esta operação de venda, "sendo realizada da melhor forma possível nas actuais condições de mercado, contribuirá, quer para um futuro desafiante para o banco, quer para a estabilização de todo o sistema financeiro português".

Em 30 de Junho, o BP anunciou que recebeu quatro propostas para a compra do Novo Banco, na segunda tentativa de alienação deste banco de transição, que surgiu dos escombros do colapsado Banco Espírito Santo (BES) em meados de 2014.

O BP, que é a autoridade de resolução, não identificou os interessados, mas fontes financeiras disseram à Reuters que o BPI BBPI.LS , o fundo norte-americano Apollo APO.N aliado à 'private equity' Centerbridge, e a 'private equity' Lone Star apresentaram propostas para comprar o Novo Banco. O Millennium bcp BCP.LS entregou uma carta de interesse com determinado perfil, mas sem avançar uma proposta financeira concreta.

DIFÍCIL

Os analistas têm realçado que o Novo Banco tem várias contingências legais, que podem representar um risco muito elevado para os eventuais compradores, dificultando a alienação.

Aquando da resolução do BES, foi injectado 4.900 milhões de euros (ME) no capital do Novo Banco, tendo o Tesouro concedido um empréstimo de 3.900 ME ao Fundo de Resolução, que é detido pelos bancos do sistema.

A 30 de Dezembro de 2015, o BP transferiu de volta para o 'bad bank' BES obrigações com 1.985 ME de valor de balanço, permitindo reforçar o capital do Novo Banco, mas levando a um conjunto de acções judiciais contra esta determinação.

No fim de 2015, as autoridades europeias estenderam o prazo máximo de venda deste banco de transição em um ano para até Agosto de 2017. Em simultâneo, o BP alargou as opções do modelo de alienação, passando a prevêr que o banco possa ser vendido directamente a investidores estratégicos da banca ou seguros, a institucionais, ou numa oferta pública de acções.

António Ramalho disse que a segunda prioridade, "mais lenta mas mais importante no longo prazo, consiste no estudo de uma solução comercial para o futuro, que terá, na digitalização e na relação de proximidade aos clientes, os seus maiores desafios".

"A terceira consiste na definição de um modelo de governação ajustado às novas exigências regulatórias, assegurando a convergência das exigências de capital com os outros bancos nacionais e ibéricos e o aumento da nossa reputação bancária essencial à nossa actividade comercial".

"Nesse sentido já foram apresentados novos estatutos ao BCE, já foram fixados os perfis que completarão seletivamente a Comissão Executiva e aguarda-se a definição dos administradores independentes", afirmou.

O Novo Banco agravou o prejuízo em 44 pct para 363 milhões de euros (ME) no primeiro semestre de 2016, com um disparo das provisões para reestruturação e um aumento das contribuições para o sector bancário e fundos de resgate. HÁ CISÃO

"Sabemos que ainda surgem esporadicamente, ainda que de forma cíclica, ideias vagas sobre a divisão do Novo Banco. Mas, hoje tais ideias não são credíveis porque estão desactualizadas", disse o CEO, numa alusão a notícias recentes que davam como certa a cisão deste banco, com repartição dos seus activos por outros bancos.

"E estão desactualizadas porque o banco tem estado na primeira linha do desinvestimento em actividades não 'core'".

Lembrou, em primeiro lugar, a venda de activos como o BESI ou mais recentemente os processos de venda do Novo Banco Asia e BES Venetie, "que contribuem para recentrar o Banco na sua actividade doméstica antecipando o que outros tenderão a fazer".

"Segundo, porque somos o banco mais agressivo na venda de património imobiliário estimando atingir vendas superiores a 500 ME ainda neste ano".

Em Terceiro, porque é o banco "mais avançado na separação conceptual dos seus activos supérfluos através do conceito de 'side Bank', o que permitirá beneficiar de quaisquer instrumentos que, no futuro, se poderão criar para endereçar esse problema comum à banca portuguesa e europeia".

O valor dos ativos não estratégicos, incluidos num denominado Side Bank para desinvestimento gradual de forma ordenada, caiu para 10.300 ME líquidos de provisões em Maio de 2016, contra 10.800 ME em Dezembro de 2015, visando o Novo Banco que desçam para 9.000 ME no fim de 2016.

"A vantagem que o Novo Banco assegurou pelo facto de identificar e iniciar a resolução de questões que afectam em maior ou menor grau toda a banca, é um factor de valorização do Novo Banco", afirmou António Ramalho.

"Mas é sobretudo um ótimo motivo para poder assegurar que o core da sua actividade não é cindível e que a sua unidade é cada vez mais homogénea e importante para a eficiência do seu modelo de gestão", concluiu. (Editado por Daniel Alvarenga)

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