LISBOA, 2 Jun (Reuters) - O CEO da EDP (SA:ENBR3) EDP.LS , António Mexia, e o CEO da EDP Renováveis EDPR.LS , João Manso Neto, foram constituídos arguidos numa investigação por suspeitas de corrupção relacionadas com a introdução dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), disse fonte oficial do Ministério Público.
"Confirma-se que António Mexia e João Manso Neto foram constituídos arguidos", disse uma porta-voz da Procuradoria Geral da República.
O Ministério Público anunciou hoje que, no âmbito de um inquérito dirigido Departamento Central de Investigação e Ação Penal, levou a cabo três buscas não domiciliárias, na REN, na EDP e na consultora 'The Boston Consulting Group'. EDP não quis comentar. A REN confirmou as diligências por parte das autoridades judiciais na sede da empresa, em Lisboa.
"Informamos que a REN continuará, como sempre, a colaborar com as autoridades em tudo o que estiver ao seu alcance", disse um porta-voz da REN.
O Ministério Público disse que o inquérito tem como objeto a investigação de factos subsequentes ao processo legislativo bem como aos procedimentos administrativos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos CMEC.
Os CMEC são uma compensação recebida devido ao cancelamento antecipado de contractos de aquisição de energia.
"Em causa estão factos suscetíveis de integrarem os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e participação económica em negócio", explicou o Ministério Público, em comunicado.
"Nesta investigação, o Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária". (Por Daniel Alvarenga e Andrei Khalip; Editado por Sérgio Gonçalves)