PEQUIM, 21 Set (Reuters) - A China espera que os Estados Unidos mostrem sinceridade e tomem medidas para corrigir o seu comportamento, anunciou o Ministério do Comércio na quinta-feira, depois dos dois países terem imposto novas tarifas sobre os produtos um do outro nesta semana numa crescente guerra comercial.
A China adicionou 60 mil milhões de dólares em produtos dos EUA à sua lista de tarifas de importação na terça-feira para retaliar a acção dos EUA de impor taxas sobre mais de 200 mil milhões de dólares em produtos chineses que entram em vigor a partir de 24 de setembro.
Alguns analistas e empresas norte-americanas estão agora preocupados com a possibilidade da China recorrer a outros meios de retaliação, como pressionar as empresas norte-americanas que operam no país.
O cofundador multi-milionário do Alibaba, Jack Ma, um conhecido defensor da globalização, expressou nesta semana o seu crescente pessimismo com a disputa, dizendo que seria uma "confusão" para todas as partes envolvidas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou mais retaliações se Pequim atingir os trabalhadores agrícolas e industriais dos EUA, ao acusar a China de tentar influenciar as eleições nos EUA, afectando os agricultores.
"A China foi forçada a tomar medidas de retaliação, e elas são inteiramente destinadas a proteger os próprios interesses do país", disse o porta-voz do Ministério do Comércio, Gao Feng, em congerência de imprensa em Pequim.
"Elas também devem proteger a ordem global de livre comércio e não têm nada a ver com política doméstica nos Estados Unidos."
Ele não respondeu directamente a perguntas sobre se haverá uma nova ronda de negociações comerciais entre Pequim e Washington, que tinham sido citadas antes da última troca de tarifas entre os dois países.
Texto integral em inglês: (Traduzido para português por Sérgio Gonçalves)