Por Andrew Galbraith e Kevin Yao
XANGAI/PEQUIM, 27 Jun (Reuters) - Num período em que existem medos de uma guerra comercial de larga escala entre os EUA e a China, Pequim tem uma preocupação mais imediata - o nervosismo nos mercados chineses que pode alimentar a ira contra a política monetária do governo.
O sentimento do mercado já foi aliviado pela campanha há vários anos de desalavancagem financeira de Pequim, o que aumentou os custos de empréstimos para empresas e desacelerou a economia.
Um declínio descontrolado das acções chinesas e um enfraquecimento prolongado da moeda do país poderiam prejudicar Pequim num momento em que aumenta as suas defesas na guerra comercial com Washington.
Mas investidores e economistas dizem que Pequim tem uma caixa de ferramentas limitada para combater vendas generalizadas mais profundas no mercado, limitada pela sua promessa de desalavancagem e por medos de que a política de alívio monetário possa levar a uma saída de capital.
As autoridades estão empenhadas em evitar os erros de 2015, quando uma tentativa fracassada de sustentar as acções, incluindo a suspensão de novas listagens e o alívio da política monetária agressiva, falhou em acalmar os medos dos investidores. As acções de Xangai caíram mais de 40 pct naquele período, devido à desvalorização do iuan.
A China tentará evitar recorrer à depreciação do câmbio ou vender os seus títulos dos EUA, o que poderia estender o conflito comercial para os mercados financeiros, dizem especialistas.
Com isso restam medidas específicas para sustentar a economia, como cortes na quantidade de dinheiro que alguns bancos devem manter como reservas.
Mas tais movimentos não conseguiram deter as quedas até agora.
História completa em inglês para Português por Catarina Demony; Editado por Sérgio Gonçalves)