LISBOA, 1 Set (Reuters) - A Cimpor-Cimentos de Portugal teve um prejuízo de 527 ME no primeiro semestre de 2016, contra 7 ME de perdas há um ano, sofrendo com uma forte imparidade de 433 ME, mercados adversos no Brasil, Egito e Portugal, bem como efeitos cambiais negativos.
O volume de vendas de cimento e clínquer da Cimpor CPR.LS teve uma queda homóloga de 16 pct para 12 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2016.
Adiantou que, apesar da melhoria observada no preço médio, o volume de negócios contraiu 31 pct para 897 ME, ou caiu 11 pct excluindo o impacto cambial negativo de 290 ME.
O EBITDA caiu 39 pct para 170 ME no semestre, tendo sido "especialmente condicionado pelo contexto desfavorável em três mercados - Brasil, Egito e Portugal - e pela diluição de custos fixos inerente à contração de atividade, mas também pela depreciação de todas as moedas locais face ao euro".
Explicou que, excluindo o impacto cambial negativo de 63 ME, a contração do EBITDA seria contida a 21 pct.
"O resultado líquido deteriorou-se para 527 ME negativos, refletindo uma imparidade não recorrente de 433 ME no goodwill do Brasil, um menor EBITDA, e o registo cambial negativo em resultados financeiros", afirmou a Cimpor.
Adiantou que o consumo abrandou no Brasil, com a crise política e económica, e na Argentina, com o programa de ajustamento do novo Governo, tendo havido também a uma contração nas exportações em função da descida de preços das commodities.
A margem EBITDA melhorou ao longo do primeiro semestre, aumentado de 17,6 pct no primeiro trimestre para 20,3 pct no segundo trimestre. Contudo, em termos semestrais caiu 2,5 pontos percentuais para 19 pct.
Os custos operacionais situaram-se em 1.278 ME no primeiro semestre de 2016, contra 1.168 ME há um ano atrás.
Afirmou que "a estratégia consolidada da Cimpor manter-se-á especialmente norteada pelo aumento de eficiência e pela preparação da desalavancagem financeira, privilegiando a disciplina e rigor na gestão de fundo de maneio e capex".
Adiantou que vai simultâneamente "auscultando hipóteses pontuais de monetização de ativos non-core e alienação de participações minoritárias".
A dívida financeira líquida, ascendeu a 3.415 ME em Junho de 2016, incluindo financiamentos, com maturidade inferior a um ano, concedidos pela acionista InterCement Austria Holding GmbH no montante de 727 ME.
Esta dívida subiu 11 pct face ao fim de 2015, mas desceu 1 pct comparando com Junho de 2015.
As acções da Cimpor fecharam a cair 1,21 pct para 0,326 euros. (Por Sérgio Gonçalves)