LISBOA, 1 Jun (Reuters) - A Galp Energia GALP.LS vai avançar com uma série de investimentos no sector do gás natural em Moçambique, tendo o consórcio que detém em 10 pct tomado a decisão final de investimento na unidade flutuante de liquefação de gás natural (FLNG) do Coral Sul, anunciou a empresa.
"A unidade FLNG terá uma capacidade de cerca de 3,4 milhões de toneladas por ano (mtpa) e será alocada à parte sul da descoberta Coral, a qual está exclusivamente localizada na Área 4", adiantou a Galp.
O consórcio assinou hoje o contrato de engenharia, aprovisionamento, construção, instalação e comissionamento para a unidade FLNG com o consórcio TJS, que inclui a Technip (PA:FTI), JGC e Samsung.
Adjudicou também contratos relativos ao 'upstream', nomeadamente para a sonda de perfuração, para sistemas de produção subsea e umbilicais.
"O investimento total para o desenvolvimento upstream e midstream é estimado em cerca de 7.000 milhões de dólares (MD) e o início da produção é esperado em 2022", frisou a Galp.
A Eni East Africa (EEA) detém uma participação de 70 pct no consórcio da Área 4, enquanto a Galp, a ENH e a Kogas detêm 10 pct cada.
Contudo, uma vez concluída a transação entre a EEA e a ExxonMobil (NYSE:XOM), os interesses participativos na Área 4 são esperados ser 25 pct para a Eni e para a ExxonMobil, 20 pct para a CNPC, enquanto a Galp, a ENH e a Kogas continuarão a deter 10 pct cada.
O consórcio assegurou o financiamento do projeto no montante de 5.000 MD, com um sindicato de 'export credit agencies' e instituições financeiras internacionais.
Frisou que em outubro de 2016, o consórcio assinou um acordo com a BP para a venda do total de volumes produzidos através da unidade FLNG em Coral Sul, por um período de 20 anos.
"A aprovação do projeto Coral Sul representa um importante marco para a Galp, no âmbito do objetivo estratégico de reduzir a intensidade carbónica do seu portefólio, bem como marca o primeiro passo de um plano de desenvolvimento mais abrangente da Área 4", referiu a Galp.
"Devido à dimensão e qualidade dos recursos, à sua localização e às potenciais economias de escala, é esperado que a bacia do Rovuma venha a desempenhar um papel fundamental na indústria do gás natural".
(Por Daniel Alvarenga)