PARIS, 21 jun (Reuters) - Os credores públicos e privados da Venezuela estão a trabalhar para reestruturar a dívida deste país, embora sanções dos Estados Unidos tornem isso impossível por enquanto, disse uma fonte próxima ao Clube de Paris de credores do governo na quarta-feira.
Enfraquecido por uma crise económica hiperinflacionista, o governo venezuelano e a estatal petrolífera PDVSA estão em incumprimento com a maioria dos seus 60 mil milhões de bonds em circulação.
Incluindo dívidas a outros governos e credores oficiais, a dívida externa do membro da OPEP está estimada em 140 mil milhões, devendo à China 20-25 mil milhões e aos credores do Clube de Paris 5,8 mil milhões, disse a fonte.
No entanto, qualquer reestruturação é quase impossível, por agora, devido às sanções dos EUA sob as quais isso poderia ser visto como financiamento ilegal por parte de Washington.
"Todo mundo, seja o FMI, os credores privados ou os credores oficiais, estão a preparar-se para o dia seguinte, quando chegar a hora, quando as coisas se tornarem possíveis", disse a fonte.
"Não podemos fazer nada por causa das sanções americanas", disse a fonte, depois do Clube de Paris e dos credores privados se reunirem na quarta-feira na capital francesa para discutir uma série de questões, incluindo a dívida da Venezuela.
Qualquer reestruturação futura é complicada pelo facto de que alguns títulos soberanos venezuelanos e nenhum bond da PDVSA são cobertos pelas chamadas cláusulas de acção colectiva, o que significa que uma minoria de detentores de bonds poderia ter espaço para resistir a um acordo de reestruturação.
"A complexidade de uma reestruturação da dívida venezuelana é um problema, no dia em que acontecer. Será muito, muito complicado", disse a fonte. (Reportagem de Leigh Thomas)
História original em inglês: (Traduzido para português por Sérgio Gonçalves)