LISBOA, 16 Nov (Reuters) - Os CTT CTT.LS querem avançar com 300 rescisões por mútuo acordo e reformas antecipadas com os seus trabalhadores, o primeiro passo num crucial plano de reestruturação que o operador vai apresentar até ao final do ano para combater o recente declínio operacional que assustou os investidores.
"Os CTT, seguindo uma política de respeito pelos seus trabalhadores e após algumas solicitações de reformas antecipadas, comunicaram às estruturas representativas dos trabalhadores que estão disponíveis para, em duas etapas distintas, acolher, até cerca de 300 rescisões por mútuo acordo e reformas antecipadas", referiu fonte oficial dos CTT.
As acções dos CTT afundaram desde que emitiu um 'profit warning' na apresentação do terceiro trimestre, revendo 20 pct em baixa a previsão de EBITDA recorrente estável em 2017.
Após este 'profit warning', causado principalmente pela queda mais brusca que o esperado do comércio tradicional, o operador postal está a preparar uma reestruturação que incluirá cortes de custos e adaptar a capacidade de distribuição de correio normal a segmentos em crescimento como o 'expresso e encomendas'.
A fonte oficial dos CTT adiantou que neste primeiro gesto na direcção da reestruturação procurará "garantir que essas situações se reflictam mais em áreas de maiores concentrações de trabalhadores e menos em zonas interiores do país".
"Nos casos elegíveis, os CTT irão propor um pacote de benefícios que inclui o apoio à criação de empresas pelos trabalhadores que aceitarem a proposta de rescisão da empresa, bem como à sua formação profissional".
O número de trabalhadores dos CTT ascendia a 12.843 no final de Setembro. Em termo homólogos, este número aumentou 0,5 pct, elevado pela integração de 186 trabalhadores da distribuidora Transporta.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)