LISBOA, 21 Dez (Reuters) - A agência DBRS manteve o 'rating' de longo prazo de dívida sénior e depósitos do Novo Banco em território de 'lixo', CCC (high), mas melhorou a perspectiva de 'negativa' para 'estável' dada a redução significativa dos riscos, anunciou este banco de transição que está num processo de escolha de um comprador.
A agência confirmou também o rating de curto prazo de dívida e depósitos em R-5, com tendência 'estável'.
"A alteração da tendência de 'negativa' para 'estável' reflecte a opinião da DBRS que parte dos riscos enfrentados pelo Novo Banco se têm reduzido significativamente", afirmou o 'good bank' Novo Banco em comunicado.
A DBRS confirmou igualmente o Critical Obligation Rating em BB (SA:BBAS3) (low) / R-4 e reviu a tendência de longo prazo de 'negativa' para 'estável' e confirmou a tendência 'estável' para o curto prazo.
O rating das obrigações seniores e não subordinadas do Novo Banco garantidas pelo Estado Português foi confirmado em BBB (low) com tendência 'estável'.
Segundo fontes, estes três candidatos são: o China Minsheng, que quer uma posição maioritária e depois um IPO da parcela restante, o fundo americano Apollo APO.N aliado à Centerbridge, que querem a totalidade do capital, tal como a Lone Star.
Em 4 de Novembro, o BP anunciou que, nesta segunda tentativa de venda, havia cinco pretendentes à compra deste banco que surgiu dos escombros do colapsado Banco Espírito Santo (BES), que foi alvo de uma resolução em Agosto de 2014.
O banco central não identificou os candidatos, mas fontes financeiras disseram então à Reuters que o BPI BBPI.LS, o fundo norte-americano Apollo APO.N aliado à 'private equity' Centerbridge, e a 'private equity' Lone Star apresentaram propostas, no procedimento e venda a um investidor estratégico.
A 6 de Outubro, em entrevista à Reuters, o secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e Finanças, disse que a alienação do Novo Banco estava a atrair novos interessados, além dos candidatos iniciais, incluindo o China Minsheng Financial 0245.HK .
Adiantou que o interesse do Minsheng não era necessariamente pela totalidade do capital e era feito no âmbito do procedimento de venda em mercado, lembrando que desde o início o BP - que é a Autoridade de Resolução - previu que a venda em mercado decorresse em paralelo com a venda estratégica.
Aquando da resolução do BES foi injectado 4.900 milhões de euros (ME) no capital do Novo Banco, tendo o Tesouro concedido um empréstimo de 3.900 ME ao Fundo de Resolução.
Em finais de Setembro, o Governo anunciou que a maturidade dos empréstimos ao Fundo de Resolução seria estendido o tempo que fosse necessário para garantir que os bancos mantêm as actuais contribuições, sem terem de ser penalizados caso a venda do Novo Banco fosse inferior ao capital injectado. (Por Sérgio Gonçalves)