Por Sergio Goncalves
LISBOA, 4 Out (Reuters) - Os seis maiores bancos portugueses estão a mostrar uma consistente melhoria na qualidade dos activos e rentabilidade da actividade doméstica, prevendo-se que divulguem lucros no conjunto de 2018 à excepção do Novo Banco, controlado pela norte-americana Lone Star, disse a agência de rating DBRS.
Os bancos portugueses registaram lucros agregados no primeiro semestre de 2018, "pela primeira vez desde 2011", de 759 milhões de euros (ME) contra um prejuízo de 110 ME um ano antes.
Os seis maiores bancos são o Millennium bcp BCP.LS , a estatal Caixa Geral de Depósitos (CGD), o Santander Totta SAN.MC , o Novo Banco, o BPI BBPI.LS do espanhol CaixaBank, a Caixa Económica Montepio (LS:MPIO) Geral (CEMG).
Cada um destes bancos, excepto o Novo Banco, tiveram lucros no primeiro semestre de 2018 e "os lucros agregados das operações internacionais ficaram estáveis em termos homólogos".
"Os bancos portugueses atingiram um ponto de viragem (...) Os resultados do primeiro semestre de 2018 dos bancos portugueses reflectem um progresso consistente na qualidade e na rentabilidade dos activos", referiu a DBRS.
Adiantou que "a rentabilidade, embora fraca, está a melhorar lentamente em todos os bancos, apoiada por provisões significativamente mais baixas e algum crescimento das receitas 'core'".
"A DBRS espera que todos os bancos, excluindo o Novo Banco, apresentem lucros para todo o ano de 2018", afirmou, referindo que "os planos dos bancos estão no caminho certo".
O Novo Banco deixou de ter estatuto de transição a partir de 18 de Outubro, na sequência do fundo norte-americano Lone Star ter comprado 75 pct do seu capital ao Fundo de Resolução.
A DBRS sublinhou que "os bancos portugueses continuaram a progredir na qualidade dos activos e reduziram ainda mais os seus Non-Performing Loans (NPLs) no primeiro semestre de 2018.
"Mas, embora os desafios da qualidade de activos estejam a diminuir, ainda é necessário reduzir ainda mais os NPL", alertou.
O rácio agregado de NPL - definição da EBA e excluindo exposições a bancos centrais e instituições de crédito - fixou em 12,9 pct em Junho de 20018, abaixo dos 14,5 pct de Dezembro de 2017.
Em termos de volumes, o total agregado de NPLs atingiu 28,1 mil ME em Junho, uma redução de cerca de 11,7 pct face a 31,9 mil ME de Dezembro último.
"Apesar dessa redução, o rácio de NPL ainda é alto em comparação com outros países europeus", referiu.
Destacou que os rácios de capital foram, na maioria dos casos, reforçados no primeiro semestre de 2018 em comparação com os valores do final de 2017, apesar do impacto negativo do IFRS 9 em 1 de janeiro de 2018.
As acções do Millennium bcp seguem a subir 0,49 pct para 0,2465 euros e as do BPI estáveis nos 1,48 euros.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)