(Repete notícia divulgada ontem ao final da tarde)
Por Daniel Alvarenga
LISBOA, 21 Dez (Reuters) - O Governo está preocupado e atento à deterioração do serviço universal postal dos CTT CTT.LS e criou um grupo de trabalho para avaliar a situação, mas está fora de questão qualquer nacionalização, disse o primeiro-ministro António Costa.
Os CTT apresentaram ontem um plano de reestruturação que terá uma contribuição positiva de até 45 milhões de euros (ME) para o EBITDA recorrente a partir de 2020.
A empresa, que tem actualmente cerca de 12.000 trabalhadores, quer reduzir cerca de 800 'FTE-Full time equivalents' no segmento de operações, ao longo de três anos, cortar custos com fornecimentos e serviços externos e limitar salários e remunerações variáveis.
"Partilhamos obviamente as preocupações sobre o futuro dos CTT e o seu presente e a forma como estão a prestar o seu serviço", disse o primeiro-ministro, num debate no parlamento.
Referiu que o regulador ANACOM sinalizou o incumprimento do contrato relativamente à entrega atempada do correio normal.
"O Governo criou já um grupo de trabalho (...) para avaliar a forma como está a ser executado o serviço dos CTT no seu dia-a-dia", afirmou António Costa.
"O que nós queremos não é multas, é qualidade de serviço e serviço bem prestado as populações".
Os CTT disseram hoje que receberam um pré-aviso de greve para 21 e 22 de Dezembro de 2017, que afectará a rede de distribuição postal e a rede de atendimento.
NACIONALIZAR NÃO
O primeiro-ministro reconheceu que o negócio de correio tradicional está sob pressão das novas tecnologias, frisando que neste contexto é preciso boa capacidade de gestão e iniciativa.
António Costa, afastando o cenário de nacionalização, disse que o Estado não recebeu até agora qualquer pedido formal de reestruturação que involva um despedimento colectivo ou aumento da quota anual permitida de rescisões por mútuo acordo.
"Não, não é intenção do Governo nacionalizar os CTT. É uma entidade pública sob concessão. Havia, quanto muito, a possibilidade de resgate da concessão (do serviço universal)", afirmou.
"A questão do resgate por-se-á ou não nos termos do contrato e nos termos da avaliação que cabe em primeiro lugar à ANACOM".
(Editado por Sérgio Gonçalves)