LISBOA, 20 Fev (Reuters) - O lucro recorrente consolidado da EDP-Energias de Portugal subiu 7% para 854 milhões de euros (ME) em 2019, apoiado pelos 'bons ventos' das renováveis e resultados recorde no Brasil, que contrariaram o segundo ano seguido de prejuízos em Portugal e a seca.
O lucro não recorrente manteve-se praticamente 'flat' nos 512 ME em 2019.
O maior grupo industrial de Portugal, que controla a EDP Renováveis EDPR.LS e a EDP Brasil < ENBR3.SA , disse que a margem bruta consolidada teve uma subida homóloga de 2% para 5.217 ME em 2019.
O EBITDA-Earnings before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization consolidado da EDP, cujo maior accionista é a China Three Gorges com 23%, cresceu 12% para 3.706 ME.
"Foi um ano de boa performance e capacidade de entrega dos compromissos que assumimos no plano estrategico. Estes resultados só são possiveis pela aposta que fizemos nas renováveis há mais de uma década e na internacionalização", disse o CEO da EDP António Mexia.
Frisou que, "pelo segundo ano consecutivo, a EDP teve resultados negativos em Portugal", ou seja um prejuízo de 98 ME devido à imparidade de 94 ME para o futuro encerramento da central de carvão de Sines, uma provisão de 59 ME para o projecto de Fridão e baixos volumes hídricos.
"Este prejuízo (em Portugal) incluem já 221 ME de novos impostos e taxas sectoriais criadas desde 2014", disse Mexia.
Esta manhã, a subsidiária EDP Renováveis EDPR.LS anunciou que o seu lucro de 2019 tinha disparado 52% para 475 ME, suportado numa robusta subida de 27% do EBITDA para 1.648 ME.
A EDP Brasil ENBR.SA também já tinha anunciado uma subida de 5,1% no lucro anual para 1,34 mil milhões de reais (MR) - um recorde histórico desde que a empresa começou a operar na década de 90 do século passado.
Mexia disse que a EDP está ritmo avançado para cumprir o prometido aos investidores, nomeadamente quanto "à sua capacidade de crescer", referindo que, dos 7 GW de renováveis com construção prevista para 2019-22, a EDP "76% já têm contratos de venda de energia de longo prazo".
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)