LISBOA, 7 Nov (Reuters) - A EDP (SA:ENBR3) Renováveis (EDPR) subiu o 'target' de adições de capacidade em 11 pct para 3,9 GigaWatts (GW) até 2020, disse a quarta maior eólica mundial, reiterando que as implicações regulatórias e o resultado do 'bid' da China Three Gorges (CTG) podem afectar a estratégia e o crescimento.
Adiantou que, em 2020, 74 pct daqueles 3,9 GW serão nos EUA, 16 pct na União Europeia (UE) e 10 pct no Brasil. Anteriormente, o 'business plan' 2016-2020 previa aumentar a capacidade para um nível superior a 3,5 GW.
"As perspectivas de médio prazo suportadas pela execução de planos de negócios sólidos e pendentes levam a EDPR a exceder o seu alvo de adições de capacidade do 'business plan' 2016-20", disse a EDP Renováveis numa apresentação.
Após 2020 já tem assegurada a instalação de mais de 1 GW e tem ainda "projectos agregados de valor tecnológico e geográfico diversificado de 3,4 GW para ser instalado a partir de 18 de setembro em cima de projectos offshore".
Em Setembro de 2018, a EDPR geria uma carteira global de 11,2 GW repartidos por 11 países, dos quais 10,9 GW consolidados integralmente e 331 MW consolidados pelo método de equivalência patrimonial. Nos últimos 12 meses o portefólio aumentou em 576 mega watts (MW), dos quais 303 MW na América do Norte, 147 MW na Europa e 127 MW no Brasil.
A estatal China Three Gorges CYTGP.UL lançou em Junho de 2018 um anúncio preliminar de oferta de 9 mil milhões de euros para a aquisição da EDP-Energias de Portugal e da EDPR, oferecendo 3,26 euros por acção e 7,33 euros por acção respectivamente - ambos rejeitados pela empresa portuguesa como não reflectindo o valor da empresa.
Os analistas vêm muito difícil que a CTG consiga os OK regulatórios em várias jurisdições, havendo grandes dúvidas que as autoridades americanas autorizem a compra dos activos nos EUA pela chinesa.
"O 'board of directors' da EDPR recomenda não aceitar o preço da oferta", reiterou.
"Ao mesmo tempo, as potenciais implicações regulatórias e resultados, em particular aqueles que podem afectar os Estados Unidos, não são claras e podem ter impacto na estratégia da EDPR e perspectivas de crescimento", alertou.
Esta manhã a EDPR anunciou que o seu lucro líquido consolidado totalizou 115 milhões de euros (ME) nos nove meses de 2018 versus 165 ME no mesmo período de 2017.
O EBITDA totalizou 869 ME, ou seja -12 pct versus os nove meses de 2017 ou -9 pct ex-forex. O EBIT diminuiu para 472 ME contra 606 ME no período homólogo.
(Por Sérgio Gonçalves)