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FOCO-Bancos portugueses têm acelerar tecnologia face concorrência Fintech, exigem mesmas regras -Pres. APB

Publicado 01.10.2018, 12:33
Atualizado 01.10.2018, 12:40
© Reuters.  FOCO-Bancos portugueses têm acelerar tecnologia face concorrência Fintech, exigem mesmas regras -Pres. APB
MLRZE
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Por Sergio Goncalves

LISBOA, 1 Out (Reuters) - Os bancos portugueses vão ter de acelerar profundamente no desenvolvimento tecnológico para concorrerem com as Fintech, mas exigem as mesmas regras de regulação e supervisão para puderem triunfar, disse o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), que vê as 'big techs' como a grande ameaça.

Fernando Faria de Oliveira adiantou que os modelos de negócio dos bancos "naturalmente estão fortemente influenciados por estas alterações e os bancos, ou se tornam cada vez mais Fintech, ou de facto terão muitas dificuldades em termos concorrenciais".

"O surgimento de operadores com novas soluções de natureza tecnológica para o sistema financeiro espoletou a necessidade de também o sistema bancário acelerar os desenvolvimentos que sempre foram fazendo. E acelerar profundamente", afirmou.

Contudo, disse que hoje há "algum desequilíbrio significativo quanto ao conjunto de responsabilidades e obrigações que são impostas ao sistema bancário" em comparação com as Fintech, nomeadamente quanto a dados de grande dimensão.

"Isto exige que, na definição da regulação a ser preparada - absolutamente indispensável para assegurar a estabilidade financeira - tudo seja devidamente ponderado de maneira que, na realidade, para a mesma actividade sejam aplicadas as mesmas regras, a mesma regulação e as mesmas práticas de supervisão".

"É basicamente aquilo que o sistema bancário pretende para poder ser um competidor, nós esperamos, triunfante na luta com os outros operadores Fintechs (...) vemos com bons olhos o surgimento de novos operadores, mas queremos as mesmas regras".

BIG TECHS AMEAÇAM

O presidente da APB lembrou que actualmente há três tipos de Fintech: as 'start up', as 'big tech' que têm grandes plataformas tecnológicas, e um conjunto de bancos que são eminentemente bancos tecnológicos e não utilizam as mesmas formas de actuação dos bancos universais ou de investimento.

"Aquilo que nós sentimos como principal ameaça ao funcionamento da Fintech banca é o eventual avanço decidido de algumas 'big techs' para o sistema financeiro", sublinhou.

Faria de Oliveira afimou que, além de acelerar o desenvolvimento tecnológico, os bancos portugueses têm de "procurar - através da colaboração com as Fintech que vão surgindo - integrar a inovação que traz benefícios ao consumidor nas próprias instituições bancárias".

"Este é um trabalho que hoje é absolutamente prioritário na actuação do sistema bancário", disse.

Em Julho último, a Euronext Lisbon, assistiu ao IPO da Fintech startup Raize MLRZE.LS , que vendeu 750 mil acções, ou 15 pct do capital, a um preço unitário de dois euros cada título, o que avaliou a operação em 1,5 milhões de euros (ME) tendo em conta uma capitalização inicial de 10 ME.

"Curiosmente a primeira entrada em Bolsa este ano - a Raize - foi uma Fintech...vao ser várias", disse o presidente da Euronext Lisbon, Paulo Rodrigues da Silva.

URGE APROFUNDAR

A presidente da CMVM afirmou que os reguladores estão a fazer "um esforço de conhecimento" das realidades das Fintech antes de avançarem para a regulação, até porque esta deve estar baseada no aprofundamento das questões.

"Parece-nos que esse tem de ser o caminho certo. Estamos a sair de um período de hiper-regulação, é desejável alguma estabilidade regulatória", disse Gabriela Dias.

"Nós, em Portugal mas também em outros países da Europa, temos estado a tentar resistir à tentação regulatória, que é normalmente a reacção mais imediata e também mais confortável por parte dos reguladores a qualquer ameaça ou qualquer coisa desconhecida", realçou a presidente da CMVM.

Adiantou que não se deve partir para essa regulação, sem que se tenha a noção que ela é imperativa para resolver alguns problemas ou mitigar alguns riscos, e sobretudo sem que se tenha um conhecimento profundo, sério daquelas que são as realidades que se quer regular.

"Nestes temas, que são fascinantes e captam muito a atenção e emoção, corremos sempre todos algum risco de diletantismo, que é entusiarmar-nos com a superfície das coisas, a forma e o nome das coisas, e não sermos capazes de 'mergulhar' em profundidade", concluiu.

A CMVM realizou este evento no âmbito da celebração da Semana Mundial do Investidor, que contou também com a presença do Banco de Portugal, da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, da Euronext Lisbon, da APB, AEM, APAF e APFIPP. (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)

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