Por Goncalo Almeida
LISBOA, 25 Set (Reuters) - Portugal não enfrenta uma 'bolha' imobiliária e os riscos são perfeitamente geríveis, apesar do aumento de preços nos grandes centros de Lisboa e Porto, segundo os CEOs dos principais bancos portugueses.
Numa conferência em Lisboa, os Presidentes de Novo Banco, BCP BCP.LS , BPI BBPI.LS e Caixa Geral Depósitos CGDES.UL , mostraram-se confiantes com a evolução do mercado de imóveis em Portugal e desvalorizaram a euforia dos últimos anos.
"Em Espanha podemos falar da bolha imobiliária, mas a situação em Portugal é bastante razoável. Há naturalmente que evitar excessos, mas os bancos estão a fazer um trabalho muito sério", disse Pablo Forero, presidente-executivo do BPI, detido pelo espanhol CaixaBank CABK.MC .
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, o preço das casas em Portugal teve um aumento homólogo de 11,2 pct no segundo trimestre de 2018, no maior valor desde o início da série, em 2009.
António Ramalho, CEO do Novo Banco, realçou que "os riscos de que hoje se fala são perfeitamente geríveis".
"Tivemos vários anos em que não só não se construía como, também, não se licenciava, daí este aumento nos preços".
"Dificilmente vejo os preços na Baixa de Lisboa a descer", disse Miguel Maya, Chief Executive Officer (CEO) do Millennium bcp, acrescentando que "não vejo nenhum prblema relativamente a isso".
"O que se passa é que mercado está mais quente. Lisboa e Porto já não estão apenas no mercado nacional, mas sim no mercado global de investimento imobiliário", frisou.
O BPI vendeu o seu principal e mais antigo imóvel em Lisboa, na Baixa.
Seguiram-se a Caixa Geral de Depósitos, que vendeu um quarteirão na mesma zona, e o Novo Banco, que alienou a sede do BES na Avenida da Liberdade, assim como outros 11 imóveis localizados na área da Grande Lisboa.
Por fim, o Millenium bcp vendeu um quarteirão pombalino, em plena Baixa de Lisboa, ao Sana Hotels.
(Por Gonçalo Almeida Editado por Sérgio Gonçalves)