PARIS, 22 Jun (Reuters) - França estará atenta quanto a quem substituirá o governo francês na capital do utility de gás Engie ENGIE.PA e não permitirá que ele caia sob controle anglo-americano ou chinês, disse o chefe da estatal APE na quinta-feira.
A França está a preparar o palco para várias grandes privatizações, incluindo a Engie, a operadora de aeroportos ADP e a lotaria nacional FDJ, com alguns dos recursos a serem alocados para um novo fundo de inovação de 10 mil milhões de euros.
Alguns políticos de esquerda e de extrema direita disseram que as vendas equivaliam a vender as 'jóias de família', enquanto outros levantaram preocupações sobre empresas estratégicas serem compradas por empresas controladas por poderes rivais.
"Não podemos imaginar que o capital de Engie seja dominado por interesses anglo-saxões ou chineses", disse Martin Vial, o presidente da APE, à BFM Business TV.
Vários países europeus expressaram preocupações sobre empresas chinesas estatais que tomaram o controle de empresas ou infraestruturas estratégicas europeias nos últimos anos.
A China Three Gorges anunciou uma oferta pública de aquisição da maior concessionária de energia de Portugal, a EDP EDP.LS no mês passado.
"Estamos muito atentos ao que está a acontecer em Portugal neste momento", disse.
"Assim, qualquer mudança no capital da Engie levar-nos-á a ficar atentos sobre quais acionistas substituirão o Estado", acrescentou.
Vial disse que o Estado também buscará preservar os interesses franceses nas empresas Air France-KLM AIRF.PA e Renault RENA.PA , que já possuem acionistas estrangeiros.
(Reportagem de Michel Rose)
História original em inglês: (Traduzido para português por Sérgio Gonçalves)