LISBOA, 24 Jul (Reuters) - O Fundo MFS-Massachusetts Financial Services, o maior accionista minoritário da EDP (SA:ENBR3) Renováveis EDPR.LS , vai votar contra a Oferta Pública de Aquisição lançada pela casa-mãe EDP e urgiu outros a fazê-lo, porque o preço oferecido é muito baixo.
Numa carta, o fundo da gestora Maura Shaughnessy, que detém 4,08 pct dos direitos de voto da EDPR ou 18,3 pct do 'free float', reiterou a sua desilusão com os termos da OPA.
"A MFS não tenciona aceitar o preço de 6,75 euros nas circunstâncias actuais. Incentivamos outros accionistas minoritários a rever a nossa análise quando estiverem a determinar os méritos da oferta", referiu a MFS.
A maior 'utility' portuguesa EDP lançou no final de Março um 'takeover' sobre os 22,5 pct que não detém na subsidiária para as energias renováveis, afirmando a intenção de reformular o portfólio.
A 6 de Julho, o CEO da EDP, António Mexia, disse que não vai subir o preço, porque aquele é justo, e quer tirar a EDPR de Bolsa, explorando opções de maior integração como uma fusão das duas 'utilities' se não conseguir mais de 90 pct dos direitos de voto daquela subsidiária. Fundo MFS afirmou que "o prospecto não explica claramente os direitos dos accionistas minoritários em caso de um 'cross border merger'".
Referiu ainda que a avaliação de 'enterprise value' sobre megawatt adiantada pela EDP não toma em consideração o 'pipeline' considerável de nova capacidade a ser instalada pela EDPR, e que a lista de empresas comparáveis usada inclui entidades com modelos de negócios "completamente diferentes".
"Na nossa opinião, a informação incluída no prospecto não providencia uma visão equilibrada e fiel do valor intrínseco da EDPR. As metodologias usadas parecem levar os valores para favorecer a EDP e prejudicar os accionistas minoritários da EDPR", afirmou a MFS.
Segundo analistas e gestores, a EDP tem fortes chances de ficar com quase 100 pct da EDP Renováveis sem subir o preço do seu 'bid', pois os minoritários insatisfeitos estão sob enorme pressão para venderem as acções, senão arriscam ficar 'prisioneiros' de um activo ilíquido e cuja cotação tenderá a descer. Oferta da EDP termina a 3 de Agosto. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)