Por Catarina Demony
LISBOA, 10 Jul (Reuters) - O Governo adoptou 20 medidas para apoiar startups portuguesas, incluindo um centro de inovação no turismo, 'open kitchen labs' de norte a sul do país e um Tech Visa para incentivar empreendedores a criar empresas em território nacional.
Em parceira com a Startup Portugal, liderada pelo alemão Simon Schaefer, o governo lançou ontem um programa para impulsionar a estratégia nacional de empreendedorismo, que já existe desde 2016.
"Há 10 anos atrás quando se quis lançar a Startup Lisboa olhavam para nós com um ar um bocado bizarro," disse o primeiro ministro português António Costa. "Hoje a grande dúvida é perceber como é que não se lançou logo com uma política nacional de apoio às startups e ao desenvolvimento deste eco-sistema."
Das várias medidas anunciadas, destaca-se a criação de um centro de inovação, que tem como principal objectivo apoiar startups turísticas a inovar no campo da economia digital.
A partir deste novo centro, vai ser desenvolvido o 'Digial Tourism Academy', um programa que visa equipar empresas com 'skills' digitais, e uma incubadora especializada no desenvolvimento de soluções inovadoras no sector do turismo, que contribuiu 33,5 mil milhões de euros para o PIB nacional em 2017.
MERCADO GLOBAL
Também a apoiar este sector, o governo lançou o 'open kitchen labs', que vai disponibilizar instalações e equipamentos nas 12 escolas de turismo do país a startups portuguesas para testar produtos e serviços de catering e 'food tech'.
Outras medidas incluem o Startup Vouncher, uma iniciativa para ajudar empreendores entre os 18 e os 35 anos na fase inicial de desenvolvimento de empresas, o programa Momentum, para apoiar recém-graduados e finalistas, e o Tech Visa.
Com os olhos postos no mercado global, o Tech Visa possibilitará a criação de vistos destinados a empresas tecnológicas, com o objectivo de atrair trabalhadores "altamente qualificados" de países que não pertencem à zona Schengen.
A criação de um fundo internacional de co-investimento para atrair fundos de capital de risco em Portugal, proveniente de instituições multilaterais internacionais, é mais uma das 20 medidas.
Segundo o governo, o fundo prevê uma contribuição pública que, juntamente com o investimento privado, permitirá o co-investimento até 50 milhões de euros. (Por Catarina Demony; Editado por Sérgio Gonçalves)