LISBOA, 26 Mai (Reuters) - A adesão à greve dos trabalhadores em funções públicas atingiu os 75 pct, segundo a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), que reivindica aumentos salariais, o descongelamento das promoções e progressões nas carreiras.
Querem o fim da precariedade e o reforço de pessoal e que seja aplicada a todos a duração semanal de trabalho de 35 horas.
"A elevada adesão à greve, verificada nas primeiras horas, no sector da Saúde, com a grande maioria das principais unidades hospitalares do país, a funcionarem somente com serviços mínimos, confirmou-se pela manhã, onde 90 pct dos trabalhadores estão em greve", referiu a Federação.
Adianta que na educação, com particular destaque para os estabelecimentos de educação e ensino da rede pública, "centenas e centenas de escolas estão encerradas, devido à adesão de 90 pct dos trabalhadores abrangidos pelo aviso prévio de greve".
"Os resultados desta Greve Nacional, convocada pela FNSTFPS, deixam um claro sinal ao Governo que este tem de mudar de política, de forma evidente, relativamente aos trabalhadores da Função Pública e que estes não podem continuar a ser sacrificados com a manutenção de políticas que foram derrotadas em Outubro de 2015", vincou.
A FNSTFPS pertence à CGTP-IN, a maior central sindical de Portugal, afecta ao Partido Comunista Português, composta pelos sindicatos do norte, centro, sul, regiões autónomas e consulares, e representa 330 mil funcionários.
A última greve geral convocada pela FNSTFPS teve lugar em Janeiro de 2016 e foi convocada com vista à reposição das 35 horas de trabalho semanais, que tinha sido aumentado durante o anterior Governo de centro-direita, quando o país estava sob um programa de resgate financeiro.
O regime das 35 horas de trabalho foi depois reposto em Julho de 2016, mas deixou de fora os funcionários com contrato individual de trabalho. (Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Daniel Alvarenga)