Por Patricia Vicente Rua
LISBOA, 1 Mar (Reuters) - A Jerónimo Martins (JM) JMT.LS vai voltar a canalizar metade do investimento previsto para2018, de até 750 milhões de euros (ME), para o importantemercado polaco, afirmou o Chief Executive Officer, realçando queo grupo tem um balanço suficientemente sólido para olhar parauma nova geografia.
Pedro Soares dos Santos realçou que entre as prioridadespara 2018, está o crescimento das vendas, contudo, referiu que"não vai ser um ano fácil, dada a imposição do Governo polacoque proibiu as vendas no retalho ao Domingo".
A Polónia, onde a JM detém a a líder do retalho alimentarBiedronka é o motor de crescimento do Grupo, representando cerca de 70 pct das vendas totais.
"Do plano de investimento previsto (entre 700-750 ME), afatia de leão vai para a Polónia, cerca de 50 pct. Depois vaipara a Colômbia, onde prevemos terminar o ano com cerca de 550 a570 lojas", referiu.
O grupo fechou 2017 com um total de 389 lojas na Colômbiaonde opera a ínsignia Ara. Na Polónia, a Biedronka fechou o anocom 2.823 lojas é já considerada a quarta maior empresa daEuropa Central.
"Temos um balanço suficiente forte para uma nova geografia,mesmo apesar do dividendo", disse o CEO, frisando, contudo, que"sobre essa matéria nem uma palavra".
"Terminámos (o ano) com uma posição líquida de caixa fortede 170 ME. Permite-nos olhar para a frente com segurança",vincou.
A JM vai propôr o pagamento de um dividendo no valor de 385ME, ou seja, um payout de 100 pct, correspondente a 0,613 poracção.
"É um dividendo extraordinário e aconteceu porque tínhamoscaixa", justificou.
ACÇÕES AFUNDAM 8 PCT
A número dois do retalho em Portugal e líder no retalhoalimentar polaco, teve um aumento homólogo do lucro de 9,2 pctpara 100 ME no quarto trimestre de 2017, abaixo das estimativasdos analistas, atirando as acções para um tombo superior a 8pct, que, no entanto, não preocupa do CEO.
"Nem um bocadinho", referiu o CEO da JM, quando perguntadose estava preocupado com a forte queda que do título em bolsa. conjunto do ano de 2017, a JM teve lucros de 385 ME,menos 35 pct do que no ano anterior, onde encaixou umavalia-valia relacionada com a venda da holding Monterroio.
As vendas anuais aumentaram 11,3 pct para 16.276 ME e oEBITDA cresceu 7 pct para 922 ME.
"Pela primeira vez que 'não morremos na praia' eultrapassamos os 16.000 ME de vendas. Cumprimos todos osobjectivos a que nos tinhamos proposto em 2017", vincou.
As vendas da Biedronka, líder do retalho alimentar naPolónia e motor de crescimento do Grupo, cresceram 13,2 pct para11.075 ME em 2017, tendo o EBITDA subido 13,8 pct para 805 ME,enquanto a respectiva margem EBITDA se manteve estável em 7,3pct. Portugal, a cadeia de supermercados Pingo Doce, gerou umEBITDA de 188 ME em 2017, menos 1,6 pct que no ano anterior,tendo a respectiva margem EBITDA descido para 5,1 pct, de 5,4pct em 2016, "reflectindo essencialmente a decisão da insígniade executar, a partir de Outubro, uma revisão dos pacotesremuneratórios das suas equipas".
"No Pingo Doce o acerto salarial vai custar 34 ME. Osresultados vão baixar, mas achamos que é o correcto", sublinhou.
O Recheio, registou um EBITDA de 50 ME, 6,7 pct acima de2016, com a respectiva margem a cifrar-se em 5,3 pct,sensivelmente em linha com a do ano anterior.
A Ara e a Hebe registaram, em conjunto, perdas de 85 ME aonível do EBITDA, versus 62 ME em 2016, "tendo a Ara sidoresponsável por cerca de 88 pct do total". (Por Patrícia Vicente RuaEditado por Sérgio Gonçalves)