HONG KONG, 16 Fev (Reuters) - A divisão móvel do grupo Lenovo 0992.HK está "a caminho" de voltar a ter lucros em dezembro, ajudada pelo forte crescimento nos mercados externos, disse o presidente da empresa, Yang Yuanqing, na quinta-feira, após a companhia divulgar uma queda de 67 por cento no lucro trimestral.
O executivo descartou a possibilidade de vender a divisão para se concentrar no mercado de computadores pessoais (PC), onde a Lenovo é a maior fabricante mundial por encomendas, como amplamente proposto por analistas e observadores da empresa.
"Não, esse não é o meu plano", disse Yang numa entrevista. "(A divisão) Móvel também deve ser o nosso negócio principal."
O mercado de smartphones mudou acentuadamente desde quando a Lenovo gastou 2.910 milhões de dólares (MD) para comprar o deficitário negócio de telefones celulares Motorola em 2014.
Desde então, o crescimento de encomendas globais desacelerou, enquanto na China, o maior mercado da Lenovo, 'novatas' como a Oppo e a Huawei Technologies Co Ltd HWT.UL ganharam proeminência.
A divisão móvel representou cerca de 18 por cento da receita da Lenovo e, no último trimestre de 2016, registou um prejuízo operacional de 112 MD - aproximadamente o mesmo que no trimestre anterior.
"Não posso dizer que estou 100 por cento satisfeito (com a integração da Motorola) ... mas está dentro das minhas expectativas", disse Yang.
Contudo, disse estar confiante numa recuperação na segunda metade do ano fiscal que se inicia em abril, uma vez que as encomendas de telemóveis subiram 7 por cento no trimestre de outubro a dezembro face aos três meses anteriores.
O crescimento ocorreu apesar da divisão móvel ter sido a mais duramente afectada por uma escassez de componentes, como chips de memória, que atingiu toda a indústria.
No geral, as restrições no abastecimento de componentes e um ambiente macroeconómico "desafiador" no último trimestre de 2016 levaram o lucro líquido a cair 67 por cento para 98 MD, com a receita a recuar 6 por cento para 12.200 MD.
A média de estimativas de 14 analistas numa Poll da Thomson Reuters apontava para um lucro de 159,53 MD. (Reportagem de Sijia Jiang; Traduzido para português Sérgio Gonçalves; Editado por Daniel Alvarenga)